Famílias carenciadas e os Anjinhos de Natal

Anjinhos de Natal é um projeto que vive através da boa vontade das pessoas. Adotando um anjinho estará de certeza a fazer uma boa ação nesta época que nos suscita sempre um pouco mais de empatia e partilha para com os outros. Através deste projeto poderá comprar uma prenda e encaminha-la à família da criança.


Cartaz oficial de divulgação do projeto Anjinhos de Natal © 2016 Anjinhos de Natal – The Salvation Army // Exército de Salvação – Espanha e Portugal

Nos dias que correm, infelizmente existem ainda muitos pais que não conseguem oferecer presentes aos seus filhos no Natal. Após um estudo realizado pelo CESOP, em 2014 concluiu-se que cerca de 52% dos agregados familiares apoiados por instituições particulares de solidariedade social, receberam apenas 400 euros e 25% destes  menos de 250 euros.

Este é um dos principais motivos pelo qual o projeto de nome Anjinhos de Natal surgiu em Portugal. Este tem  o propósito de fazer com que crianças carenciadas recebam mais facilmente um presente pelo natal vindo das mãos dos próprios pais em vez de ser uma organização de caridade a fazê-lo.
Este projeto, de nome “Angel Tree”,  teve origem em 1979, nos Estados Unidos, através dos majores Charles e Shirley White, que tiveram a ideia de pendurar cartões com os desejos das crianças numa árvore de natal  num centro comercial em Virgínia. Quem estivesse interessado, poderia pegar num dos cartões, e conceder um dos desejos. Na sua maioria, acontecia através da compra de brinquedos. Após aparecer em vários programas televisivos e de rádio, o projeto ficou rapidamente conhecido por todo o país.

Em 1998, o projeto chega a Portugal, através do major Tomás de Sá e do Exército de Salvação.  O Exército de Salvação é uma organização não governamental que opera pelo mundo fora. Após ter tido conhecimento desta ideia tão original o major de Sá desenvolveu a mesma em Portugal através desta organização.

O Exército de Salvação achou que seria um projeto inovador e diferente. Ao contrário de outros tipos de projetos de natal, este centra-se mais nos pais e não tanto nas crianças. Este projeto dá de alguma maneira mais dignidade ao papel dos pais. A nossa filosofia é facilitar a entrega dos presentes aos filhos pelas mãos dos pais, uma vez que estes, de outra forma não teriam possibilidade de o fazer.” conta-nos Ricardo Caetano, relações públicas do projeto.

 Adotar um anjinho é bastante simples, basta aceder ao site oficial e aceder à parte indicada na secção adotar. Aqui, está disponibilizada toda a informação necessária para poder fazer parte deste projeto. Quando clica em adotar é-lhe enviada toda a informação que precisa de saber sobre o desejo do ‘anjinho’ (criança) por email. Os desejos (presentes) costumam ser uma peça de roupa ou um brinquedo. Depois de comprar o presente, pode fazer a entrega pessoalmente, pela rede Pickup da Chronopost de forma gratuita, ou via postal a entidades que posteriormente delegam os presentes aos pais. Este ano já não poderá fazer a sua doação uma vez que a data limite foi a 27 de Outubro. Em 2017  poderá faze-lo a partir de Outubro.

Os colaboradores deste projeto encontram-se bastante satisfeitos com a visibilidade que este tem tido aos longo dos anos, sendo que o projeto continua a crescer e a ajudar cada vez mais famílias portuguesas com dificuldades económicas. Este ano, já foram angariados 2,864 presentes.

“Este tem sido um projeto que tem dado os seus frutos. Ao longo dos últimos anos tem havido uma boa divulgação através dos media. Apesar de ainda não sermos tão conhecidos como gostaríamos, uma vez que só temos 13,778 seguidores na nossa página do Facebook já temos sido convidados para vários programas de televisão e rádio para dar a conhecer o projeto ao público português. Cada ano renovamos o projeto com novas caras, este ano foi a banda portuguesa HMB que aceitou o nosso convite. Apesar de ser bom ter uma maior visibilidade por parte dos portugueses, tentamos seguir sempre fielmente e justamente o nosso critério de seleção das crianças. Não queremos perder rigor nos nossos critérios. É importante visitar as famílias inscritas e ver em que condições estas vivem e se realmente precisam de ajuda. Este foi o ano em que mais crianças foram inscritas, o que é um muito bom sinal. Estamos contentes e muito agradecidos a todas a pessoas que nos ajudaram.” acrescenta Ricardo Caetano.

Assim, é possível, ajudar os que mais precisam a viverem esta época com um pouco mais alegria, sobretudo as crianças, que tão esperam e anseiam pelo natal. Este projeto e futuros outros, prometem tudo fazer para assim seja. Adote um ‘anjinho’ e torne-se num também.


Conteúdo produzido por: Miguel Gomes, Grigore Oprea e Camille Le Gal, no âmbito da UC de Comunicação Digital das licenciaturas em Comunicação Social e Cultural e Línguas Estrangeiras Aplicadas.