Realidade Virtual: o futuro sensorial

Este natal está a ser marcado pelo lançamento da PS4:VR. Esta consola é o produto de vários anos de estudos sobre a Realidade Virtual (VR), e está a tornar-se bastante polémica, especialmente entre os jovens, que já fazem várias especulações para o futuro.


VR mais acessível a todos
A Realidade Virtual no quotidiano (CO)

A Realidade Virtual (VR) é uma tecnologia que tem vindo a ser desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, por várias empresas. Este natal chegou às lojas aquilo que poderá vir a ser o inicio de uma nova geração de consumo digital disponível para todas as pessoas. A tecnologia tem sido desenvolvido desde o século passado para fins pedagógicos e de entretenimento, porém a maioria dos projectos foram descontinuados por falta de adesão do publico. A VR não estava tecnologicamente avançada o suficiente para chegar ao domicílio. “Prometia ser tanto. Mas depois a experiência eram apenas alguns polígonos a voar pelo ecrã com alto latency, nenhum dos jogos era bom, e simplesmente parou”, disse Rob Grant, Co-Criador da série Red Dwarf.

No inicio deste milénio, os avanços nas áreas de design 3D, hardware, e o aparecimento da internet, levaram a grandes desenvolvimentos da Realidade Virtual. A Sony, o Facebook e a Google, são algumas das empresas que têm sido pioneiras na massificação e ‘privatização’ desta tecnologia. A primeira tem tido um enorme papel na adaptação de VR para os videojogos de alta definição. A quarta geração de consolas da Sony Playstation (PS VR) e a terceira da Microsoft Xbox serão as primeiras a usufruir desta nova tecnologia, e prometem experiências de jogo bastante imersivas, e repletas de acção e estímulo sensorial.
À semelhança das consolas, os websites têm vindo a introduzir elementos de VR nas suas plataformas, como Youtube 360, e Facebook: com a sua nova funcionalidade de vídeo chamada virtual.

A VR foi originalmente concebida para videojogos, mas rapidamente está a ser adaptada para outras áreas, como a comunicação pessoal e social, o cinema, e até a medicina. Esta nova realidade marcará certamente os próximos anos com novas inovações no quotidiano. Questionámos alguns alunos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa acerca do futuro desta nova realidade e quais são os seus receios e expectativas para o futuro. Diogo Mesquita, aluno de segundo ano de Comunicação Social, assume uma posição negativa e diz que ‘’a VR poderá ter uma influência negativa. Se hoje já existe alienação em relação aos jogos, o que é que será se nos isolarmos e vivermos o jogo através dos óculos? Creio que poderá não ser assim tão benéfico para os jovens e para a sociedade.’’ No entanto, nem todos se mostram céticos, “A VR poderá ser um simulador para tudo que não é alcançável ao nível humano”, disse João Marques e “Vai se pôr nos jornais, no cinema, e nos jogos, por ser uma experiência mais enriquecedora, acho que vai mudar a maneira como vemos o nosso dia-a-dia.”, disse Manuel Caetano. Outros alunos mostraram-se mais ambiciosos e confiantes em desenvolvimentos rápidos desta nova realidade, “Vai passar de óculos para lentes, vamos ter um computador nos nossos olhos, vai ser uma realidade muito mais rápida do que estamos à espera, mas não sei se será bom ou mau”, disse Madalena Limão.

Apenas o tempo revelará o que esta nova geração mediática produzirá, mas é mais um passo nesta caminhada imprevisível a que chamamos futuro.


Conteúdo produzido por Ana Pais, Joana Brás, Malachi Clarke e Sara Rodrigues, no âmbito da disciplina Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.