Cinéfilos lisboetas voltaram a ficar encantados com o festival de cinema independente mais proeminente de Portugal, numa 15.ª edição onde o cinema brasileiro esteve em destaque e que homenageou os cineastas Lucrecia Martel e Jacques Rozier.
Decorreu de 26 de abril até este domingo, 6 de maio, a 15.ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa. Com sessões nos cinemas Ideal e São Jorge, na Cinemateca Portuguesa e na Culturgest, este ano, mais que nunca, num momento em que a nova lei do cinema é alvo de contestação, o compromisso do IndieLisboa para com o cinema português esteve presente: pela primeira vez desde o seu início em 2004, o festival abriu e encerrou com obras nacionais.
As maiores honras foram, no entanto, conforme o palmarés divulgado sábado, para o cinema brasileiro. O Júri da Competição Internacional de Longas Metragens premiou em ex-aequo as obras Baronesa, de Juliana Antunes, e Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre, com o Grande Prémio e o Prémio Especial do Júri, pelo qual os direitos de exibição de ambos os filmes serão adquiridos em Portugal. As duas histórias repletas de intimidade impressionaram o júri constituído pelos realizadores Claire Simon, James Lattimer e Pedro Pinho.
De destaque ainda, na Competição Internacional de Curtas Metragens, o Grande Prémio foi para Solar Walk, de Réka Bucsi, e, na Competição Nacional, Our Madness, de João Viana foi laureado com o Prémio para Melhor Longa Metragem, e Os Mortos, de Gonçalo Robalo, com o Prémio para Melhor Curta Metragem.
Em foco, durante os 11 dias que durou o certame, na secção Herói Independente estiveram dois grandes nomes do cinema art house: a argentina Lucrecia Martel e o francês Jacques Rozier. Martel, a realizadora argentina em maior foco da atualidade, esteve presente para uma talk e apresentação do seu mais recente filme Zama, que estreou no circuito comercial na passada 5.ª feira. A sua carreira teve honras de retrospetiva no IndieLisboa, assim como a de Rozier, a mais completa alguma vez organizada fora de França, de um dos realizadores essenciais da nouvelle vague. Rozier era suposto ter estado também presente, mas razões pessoais levaram ao cancelamento da sua presença no festival dia 30.
De cinema, como é já hábito, não se fez somente o IndieLisboa, tendo decorrido também o IndiebyNight, festas noturnas que decorreram na Casa Independente, na MusicBox e na Garagem da Culturgest, onde se realizou a festa de encerreamento no sábado. O IndieJunior esteve também presente, com sessões para crianças em horário escolar.
O IndieLisboa está de volta na próxima primavera à capital. Entretanto, foram exibidos os filmes vencedores desta 15.ª edição entre os dias 7 e 9 no Cinema Ideal.
Conteúdo produzido por: Catarina Retancha, Claudia Castro, Gonçalo Silva, Inês Santos e Margarida Ferreira, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.