Manifestação contra exploração petrolífera na Costa Vicentina
O protesto que reuniu cerca de 200 pessoas a 23 de Fevereiro junto ao Parlamento coincidiu com a discussão de uma petição pública que juntou mais de 42 mil assinaturas contra a perfuração na costa alentejana com a prospecção de petróleo do consórcio ENI/Galp.
Mas o que está, realmente, em causa?
Alinhados no ritmo e nas ideias, vieram do Algarve e do Alentejo a 23 de Fevereiro com um único pedido – Não ao furo, Sim ao futuro. Na manifestação convocada pela ASMAA (Algarve Surf And Marine Activities) eram esperados pelo menos 500 manifestantes preocupados com algo que acreditam vir a destruir toda a economia no terreno, o turismo, a pesca e, acima de tudo, o ambiente. No entanto, apareceram menos de metade.
“Ontem fomos poucos para um drama nacional desta dimensão. Esta não é uma questão ambientalista. É uma luta das pessoas pelas pessoas, pela sua cidadania e pelos seus direitos num país democrático. Vivemos num Parque Natural e respeitamos tudo o que sempre nos foi imposto em nome da sustentabilidade. Não aceitaremos esta traição. Apelamos a todos os oriundos e habitantes deste país à beira-mar plantado que nos ajudem a travar este atentado. Mais tarde pode ser tarde demais. Informem-se, partilhem, indignem-se e lutem connosco por um país melhor.”
– Rota Vicentina.
Para que o “Não” possa ser forte e eficaz, há que saber ao que se diz “Sim” e conhecer porque tal é necessário. Assim, reunimos as informações mais importantes, que permitem um melhor entendimento desta luta contra a exploração petrolífera e deste movimento por um Sudoeste Alentejano com energia solar.
Sabemos que:
- a indústria petrolífera encontra-se em decadência no mundo inteiro. Os empregos que foram prometidos não existem. O lucro das companhias de petróleo jamais irá abranger a sociedade Portuguesa.
- a exploração de petróleo e especialmente a facturação hidráulica trará impactos muito negativos ao que nos é precioso: qualidade de água, vida, marinha, praias, pesca e turismo, empregos e sustento.
- com a perfuração de petróleo, Portugal arrisca um derrame de petróleo como este.
A alternativa? Desenvolver energia abundante e limpa através do uso de tecnologias solares descentralizadas. Sendo que, é a energia solar que realmente oferece empregos, como podemos observar noutros países, assim como a agricultura biológica, sem recorrer a combustíveis fósseis, providencia o abastecimento alimentar, restaura a paisagem e florestas e repõe o ciclo de água.
O Alentejo, como uma das mais ricas regiões solares da Europa, poderia tornar-se pioneiro da era solar descentralizada emergente, revitalizando as povoações e criando assim uma sociedade próspera e orientada pela solidariedade e cuidado.
A Câmara de Odemira avançou este mês com uma providência cautelar e uma petição está neste momento a ser avaliada no parlamento português. Faça também parte desta mudança, assinando a petição, para que esta chegue ao Parlamento Europeu.
Para mais informações relativamente à iniciativa do consórcio ENI/Galp, clique aqui.
Conteúdo produzido por Bárbara Félix, Filipa Graça, Madalena Limão e Maria João Rodrigues, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital, da licenciatura em Comunicação Cultural e Social.