O sushi é uma moda gastronómica que está a deliciar o mundo. Portugal não é excepção e um exemplo disso é o restaurante “Nómada”. Este restaurante criou um novo conceito através da fusão de sabores asiáticos e europeus. Estivemos à conversa com Francisco Bessone, que com apenas 22 anos, é um dos criadores deste projecto empreendedor que tem revelado grande sucesso na cidade de Lisboa.
Saiba mais sobre o restaurante e o seu cozinheiro, nesta entrevista.
– Como e onde surgiu este gosto pelo sushi?
O gosto pelo sushi nasceu mesmo pela boca. Quando provei a primeira vez não gostei, depois comecei a ir aqueles restaurantes de sushi mais básicos, com fritos, e só aí comecei a ganhar o gosto pelo sushi. Entretanto, o pai de um amigo meu abriu um restaurante de sushi e comecei a ir lá comer. Na altura e agora, o sushi é um bocadinho caro, e como o restaurante era do pai de um amigo meu, deu para ir provando e ganhando mais o gosto. Passado algum tempo, tive a oportunidade de fazer um workshop de sushi com o meu amigo e com o pai dele, onde aprendemos a enrolar os rolos, fazer o arroz, o básico. Depois de fazer este workshop, comecei com este meu amigo e outro a cozinhar para amigos, e amigos de amigos. No entanto, cobrávamos já qualquer coisinha também para comprar o material. Eu estava a tirar o curso de educação física e houve uma altura na minha vida que as pessoas me começaram a perguntar porque não começava a fazer e a levar o sushi mais a serio. Surgiu a oportunidade de ir trabalhar para um restaurante na Costa de Caparica “Verde e Amarelo” que servia sushi, onde estive 6 meses.
Quando sai deste restaurante fiz uns testes para outro restaurante e fiquei. Este restaurante foi o ultimo onde trabalhei, chamava sushic, e aqui é que comecei mesmo a serio.
– O propósito inicial sempre foi ter um restaurante? Como é que se tornou possível?
Não, nunca foi o propósito inicial, nem sequer pensava nisso.
– Quais os maiores desafios ao trabalhar neste meio?
Há muita concorrência. Mas talvez por ser novidade, ou não, temos algum receio disso também, mas temos estado cheios quase todos os dias. Aos fins de semana é difícil fazer marcações por isso penso que esteja a correr bem, e até agora não há ainda assim nenhum desafio.
– Hoje em dia existem vários restaurantes de sushi em Lisboa. O que distingue o teu dos outros?
Nós não nos assumimos como um restaurante de sushi tradicional. O que nós temos é um fusão, mas não exagerada, onde juntamos a cozinha japonesa com cozinha asiática, portuguesa etc. E eu acho que e isso que nos distingues dos outros. É tudo pensado. Tentamos combinar os ingredientes.
– Pensas que o sushi é apenas uma moda, ou veio para ficar?
Nós pensamos muito sobre esta questão. Quando abrimos o restaurante tivemos o cuidado do nome não estar associado a sushi para nos podemos proteger, porque servimos sushi e comida contemporânea. Como não sabemos o futuro, se daqui a 2 anos ou 3 anos o sushi passar de moda, nós podemos sempre focar-nos na comida contemporânea.
Mas eu acredito que não seja só um moda. Sushi é uma cozinha diferente da chinesa e das outras. Pegamos na comida japonesa de raiz e transformamos numa cozinha de fusão. Agarramos nos rolos e colocamos ingredientes mais europeus por exemplo, não tem limites.
– Como é gerir um negócio destes com a tua idade?
Eu não estou sozinho, mas acredito que sozinho seria mesmo muito complicado porque também tive agora um filho e foi tudo ao mesmo tempo. Mas quem me esta ajudar a gerir é o chefe do restaurante onde trabalhava antigamente, e o meu amigo Rui que é quem gere a parte das finanças e comunicação do restaurante. Já eu, estou na cozinha.
– Qual tem sido o feedback das pessoas? Têm tido boas criticas?
Temos tido boas criticas, mas aquelas que para nós contam mais, para além das dos clientes que são importantes, são as que vêm dos críticos gastronómicos. Já aparecemos em varias revistas também. A ultima em que aparecemos foi numa critica de Fernando Melo que é muito conhecedor do mundo da restauração e da hotelaria. E estas criticas boas é que nos dão força para continuar a inovar.
– Quais os planos para o futuro? Abrir outro restaurante? Continuar com o mesmo conceito?
Neste momento está a correr bem. Pensamos muito nisso porque realmente se esta correr bem, porque não expandir e abrir outro? Mas um passo de cada vez.