“O que de verdade importa”: nova edição

O Que De Verdade Importa são congressos gratuitos, tendo como objectivo transmitir aos jovens o que de verdade importa na vida, através de histórias reais contadas na primeira pessoa por testemunhos que representam um exemplo positivo a seguir. São difundidos valores humanos universais, tais como a tolerância, o respeito, a superação ou a solidariedade, às novas gerações.

Os oradores são escolhidos para inspirar os jovens a perceber que é possível superar as dificuldades, e que nada se consegue sem trabalho. As histórias destes testemunhos enchem as audiências de confiança e esperança através dos seus exemplos de vida.

CC by Madalena Pinto
CC by Madalena Pinto

A Fundação OQDVI é uma organização espanhola sem fins lucrativos, que se dedica à divulgação de valores universais da sociedade. Foi um projecto iniciado por María Franco, actual Directora Geral. A ideia do projecto surgiu da inspiração do livro, What Really Matters, de Nick Forstmann, publicado no seu último ano de vida, após uma grande luta contra o cancro.

Inicialmente o projecto era apenas direcionado a jovens. No entanto, devido ao seu sucesso, actualmente existem 60000 participantes no congresso, e 1200 que assistem ao congresso online.

O projecto começou por funcionar apenas a nível nacional mas, em 2012, realizou-se o primeiro congresso internacional na cidade de Quito, capital do Equador.

A Fundação contém um plano de acção na área do Voluntariado, focado em valores capazes de darem resposta à necessidade de milhares de pessoas que pretendem contribuir de várias formas, com o objectivo de melhorarem o seu bem-estar. Actualmente, trabalham a nível nacional (Espanha) e internacional (Haiti).

Em Portugal ainda só se realizam os congressos. No entanto, em Espanha há também um projecto de voluntariado, realizam-se cursos de empreendedorismo gratuitos e já são organizados pequenos congressos para jovens entre os 14 e os 16 anos de idade.

A edição de Lisboa realizou-se no dia 14 de Março, e teve como cenário o Campo Pequeno como se já havia realizado em anos anteriores.

CC by Renata Almeida
Orador Paco Arango a dar o seu testemunho durante o congresso. CC by Renata Almeida

Nesta edição os oradores foram Shane O’Doherty, Enhamed Enhamed, Fernando Costa e Paco Arango.

O primeiro orador, Shane o’doherty, apresenta-se como um ex-terrorista do IRA (Irish Republican Army). A libertação da Irlanda foi o motivo que o levou a participar como bombista no grupo terrorista. Hoje, luta contra o terrorismo, e escreveu o livro Mais Bombas Não, onde fala sobre os seus anos como bombista, os seus anos na prisão, e a sua evolução pessoal até hoje. Durante o congresso refletiu sobre o arrependimento e sobre o perdão, deixando uma pergunta para a plateia: “Vocês perdoam-me?”.

O segundo orador, Enhamed Enhamed, é um desportista de elite, que aos 8 anos, como diz, “ganhou a cegueira”. Considerado o melhor nadador paralímpico da história, conquistou 4 medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Pequim em 2008, entre muitas outras vitórias. Hoje em dia faz coaching, transmitindo conhecimentos sobre superação e motivos pessoais. Durante o congresso disse, “somos nós que criamos os limites”, e que todas as suas conquistas se devem ao facto de não aceitarmos a nossa situação, “se não aceitarmos não podemos construir”, chegando mesmo a afirmar que não mudaria o facto de ser cego, porque mesmo cego, conseguiu alcançar os seus sonhos através do esforço, e que não abdicaria das suas conquistas.

O terceiro orador, Fernando Costa, é um jovem empreendedor português que, conjuntamente com o irmão e dois primos, gere a marca de fatos de banho DCK, número um de vendas em Portugal. Durante o seu testemunho, contou aventuras da sua vida que o levaram a criar esta marca que, para além de vender um produto, incentiva as pessoas a aproveitarem a vida, os amigos e tudo o que nos rodeia. Acredita que a sua ética pessoal e profissional são a chave do seu sucesso.

O quarto e último orador, Paco Arango, é um produtor e escritor de cinema espanhol que, em determinada altura da sua vida, decidiu dedicar parte do seu tempo com crianças com cancro, no hospital oncológico Menino Jesus, em Madrid. Contou-nos durante o congresso a sua história, assim como a história das crianças que ajuda. Em 2005 criou a Fundação Aladina, com o objectivo de melhorar as condições das crianças e adolescentes com cancro, e faz isso das mais variadas formas, inclusive “criar casas sem pais” para tentar que os adolescentes tenham uma vida normal, ou fazer anúncios divertidos para angariar fundos. Estreia-se como director de cinema com o filme Maktub, no qual se inspirou num rapaz que sofria de cancro com o qual conviveu: António. António acabou por falecer mas Paco assegurou o seu legado, as receitas do filme acabaram por financiar o maior centro de transplantes em Espanha.

A edição realiza-se todos os anos no mês de Março. Não perca a edição do próximo ano.


Conteúdo produzido por: Madalena Pinto, Madalena Tomás, Renata Almeida e Rita Martins no âmbito da unidade curricular de Comunicação Digital, da licenciatura Comunicação Social e Cultural.