Aos 22 anos, Frederico Canto e Castro é o fundador da empresa Sonder People, uma agência de modelos moderna criada em Maio de 2014, que tem vindo a crescer a nível internacional.
A Sonder People auto-caracteriza-se como uma “agência de modelos sem modelos”, que se destaca pela importância dada não apenas à imagem mas principalmente à atitude das pessoas. O jovem empreendedor afirma que os modelos com quem trabalha “são pessoas reais, iguais a tantas outras com que nos cruzamos, mas às quais ninguém fica indiferente. Pessoas com atitude, brilho, algo que as faça destacar no meio da multidão”. Esta é uma empresa que representa cerca de 1800 pessoas, de várias nacionalidades, a maioria entre os 20 e os 25 anos, e que já participou em campanhas transmitidas para mais de 40 países, de marcas como, por exemplo, a Coca-Cola e o IKEA.
Frederico Canto e Castro explica quais foram as suas motivações para se lançar no mundo empresarial e abandonar por tempo indefinido a vida académica – “Tinha 19 anos na altura, estava na faculdade de Gestão na Universidade Nova de Lisboa e fiz um trabalho no âmbito da cadeira de Introdução à Empresa. Tínhamos de fazer várias análises sobre vários sectores e decidimos fazer sobre a empresa do meu Pai, concluindo que havia uma grande falha de mercado e que as marcas queriam cada vez mais estar o mais próximas possível dos seus consumidores. Pretendiam pessoas “reais” nos anúncios, pessoas com as quais os seus clientes se pudessem identificar. Havia uma grande falha de mercado que obrigava as próprias produtoras de casting a irem à rua procurar pessoas, o que não é o trabalho delas. O que é que eu pensei? Se há uma procura de mercado tão grande e ninguém a satisfaz, eu próprio vou satisfazê-la”. Apesar de nunca ter tido qualquer experiência na área, Frederico afirma que “é uma bênção ser-se ignorante, nem sequer pensamos na possibilidade de insucesso e, por isso, a meu ver era indestrutível. Atirei-me de cabeça, comecei de um dia para o outro (…)”. Contudo, o jovem admite que foi um processo difícil. “Há muita coisa. Tanto a parte de ser empreendedor, de gerir o pessoal, como a parte do mercado em si, que não sabia praticamente nada. Todos os dias tive de aprender coisas novas e esse foi o grande desafio”.
Segundo Frederico, a sua agência destaca-se das outras pelo seu “conceito e forma de estar”, na medida como se expõe nas redes socais e como é “uma agência de pessoas”. Tudo fomentado por um “espírito de equipa brutal”. Frederico salienta o foco constante da Sonder em procurar caras novas e fazer crescer a sua comunidade. “Somos a única agência em Portugal que montou um departamento internacional focado em Erasmus, e com um modelo operacional que o permita. Temos uma grande diversidade de idades, estilo e géneros de pessoas”. É visível o otimismo de Frederico. “Nós em 2 anos já temos uma quota de mercado maior que a L’Agence que está há 28 anos no mercado. Já somos lideres. Porquê? Porque não paramos”.
Apesar do sucesso ascendente, Frederico afirma que “o principal objetivo da Sonder People não é fazer dinheiro, nem atingir um estatuto ou ter reconhecimento”. O objectivo, que coincide com o seu objetivo pessoal, é causar impacto. Nesse aspecto, o jovem considera que “o valor que esta empresa promove é, principalmente, a autenticidade. Fazer com que as pessoas sejam mais verdadeiras consigo próprias, não tendo medo de expor as suas vulnerabilidades e as suas diferenças ao mundo. Porque são essas diferenças que nos tornam únicos”.
Relativamente ao futuro, Frederico fala da enorme procura que Portugal tem tido, pelo seu clima, pela facilidade de acesso entre diferentes localidades e pelos custos reduzidos. Como tal, a aposta no estrangeiro torna-se cada vez mais evidente, uma vez que “é daí que provém o grande capital”. E os números da Sonder não mentem, tendo em conta que 60% da faturação deste ano é internacional. Resta agora dar continuidade ao processo de expansão, sabendo que a Sonder vai abrir brevemente uma agência no Porto e tem intenções de se investir nas principais cidade europeias, nos próximos anos.
Conteúdo produzido por: Beatriz Rodrigues, Domingos Arouca, Francisco Tavares, Mariana Pinto e Vanessa Gonçalves, no âmbito da UC de Comunicação Digital das Licenciaturas em Comunicação Social e Cultural e Línguas Estrangeiras Aplicadas.