Alentejo festeja a tradição

O Cante Alentejano comemora dois anos como Património Cultural e Imaterial da Humanidade. A Casa do Alentejo em Lisboa, celebra a data com um festival de cante e uma exposição fotográfica.


Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa.
Este estandarte pertence ao Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. O grupo já editou vários discos, entre eles, “Serpa de Guadalupe” e muitos encontram-se esgotados.

A Casa do Alentejo de Lisboa e a Câmara Municipal de Serpa juntam-se para celebrar, com muita música e exposições o cante Alentejano. Deu-se  início à exposição “Cante Alentejano”, inserida no festival  “O Cante Fest“, esta quinta-feira, dia 24, e prolongou-se pelo fim‑de‑semana.  A exposição foi criada com o intuito de festejar o canto alentejano e deste ter sido considerado Património Mundial da Humanidade. Esta exposição vai estar aberta ao público até dia 15 de Dezembro, no Páteo Árabe, na Casa do Alentejo em Lisboa. Uma exposição a não perder com todas as fotografias em grande dimensão sobre o verdadeiro cante alentejano, é o sentir do Alentejo e os seus costumes em plena Lisboa.

Cantares de Serpa
O grupo foi fundado em 1928 e é constituído por 27 elementos, que tradicionalmente trajam como pastor, ceifeiro, varejador, almocreve, porqueiro, boieiro, ganhão, moço do monte, feitor e fato domingueiro.
© Marta Amaral

Para Hortense Costa Reis, lisboeta e apaixonada pelo Cante Alentejano, “O facto de ter sido considerado património veio acelerar muito o processo, pois houve uma altura em que o cante estava muito esquecido”. No entanto, desde a decisão da UNESCO, começaram a surgir escolas de cante um pouco por todo o Alentejo, e já se vêem jovens entre os membros dos grupos corais. Já Ana Zorro, natural de Serpa, acrescenta que “A própria casa do Alentejo está com mais vida e com mais iniciativas. No dia de São Martinho também estava um grupo alentejano a cantar, o espaço ganhou outra alma”.

O primeiro dia do festival foi marcado pela presença do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e pelo Grupo Recreativo da Amadora ( SFRAA), em que cada grupo cantava uma música alternadamente. Neste dia, quando o Grupo de Serpa cantava a sua última música, o momento final foi arrepiante, a sala toda vibrava. Quer o Grupo Recreativo da Amadora, quer o público, acompanharam a uma só voz. O dia terminou assim, com a verdadeira prova do que é ser Alentejano. Não importa se de Évora, Serpa ou Mértola, o importante é ser alentejano de coração.

Trajes tradicionais.
Grupo de cantares Alentejanos inserido na Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora.
© Marta Amaral

Conteúdo produzido por: António Casanova, Joana Janeiro, Mafalda Faustino, Marta Amaral e Raquel Tavares, no âmbito da UCP de Comunicação Digital da Licenciatura em Comunicação Social e Cultural.