Empreendedorismo universitário

on

Portugal está a assistir a um boom de projetos empreendedores e startups. Numa época em que a competitividade aumenta, criar o próprio projeto é o sonho de muitos jovens portugueses. Neste artigo vamos apresentar 5 projetos empreendedores criados por jovens universitários – aliando a vontade de criar algo que não existe, com as hard skills aprendidas na faculdade. Estes jovens portugueses criaram as suas próprias marcas e entraram no mercado de trabalho a pés juntos.


“A ideia surgiu numa viagem que fiz há cerca de cinco anos com a minha irmã Mariana e o meu primo Ricardo, meus sócios. Fomos à Tunísia e tivemos contacto com as toalhas de praia utilizadas nos países árabes e pensámos que poderíamos trazer este conceito para Portugal”, afirma Catarina Lopes Cunha, da Futah.

Catarina Lopes Cunha da Futah
Catarolina Lopes Cunha, fundadora da marca Futah. – Fotografia por Catarina Lopes Cunha

Este não é o único exemplo do poder de viajar e do quanto enriquecemos enquanto o fazemos. Muitos são os exemplos de sucesso inspirados em viagens que serviram para motivar uma marca. Beatriz Pardelhas, afirma que “A inspiração para a criação da CURATED surgiu quando o Miguel Marques da Costa fez uma viagem ao Kenya. Sentiu-se inspirado por uns padrões tradicionais e teve a ideia de criar uma marca que espelhasse liberdade e criatividade, uma marca sem género e sem limites.” 

A marca portuguesa Futah, que se dedica à comercialização de toalhas de praia, aposta cada vez mais num mercado internacional. Querem ser conhecidos pelos seus modelos únicos e que as pessoas usem a expressão “a minha futah”. Também a marca de camisas que faz soar o nome pelo país fora tem a ambição de criar algo único e com qualidade. A inspiração para as coleções da CURATED surge em momentos de convívio. Interessa-lhes fazer coleções nas quais colaboram com as mais diversas pessoas.

Camisas Curated
Camisas da marca CURATED, com os padrões inspirados no Kenya. – Fotografia por Beatriz Pardelhas


As iniciativas são variadas, desde projetos que abordam problemas ambientais e a necessidade de mudar comportamentos atuais, como é o caso da Claro Cascais
 e do projeto Floresta Rainha, a associações como a Gap Year Portugal, que tem vindo a ajudar jovens que querem fazer um ano de pausa para desenvolvimento pessoal.

A Gap Year Portugal teve o seu início há 5 anos, quando Gonçalo Azevedo Silva, durante o seu “break” dos estudos, decidiu criar esta associação. Ao longo desse ano percebeu o quanto a experiência lhe estava a mudar a perspetiva que tinha do futuro e a maneira como via o mundo.

Gonçalo Azevedo Silva no Gap Year
Gonçalo Azevedo Silva, durante o seu gap year na Nova Zelândia.


Em comum, têm mais do que parece. Ambicionam chegar mais longe, fazer melhor. O gosto por participar em algo a que se dedicaram com alma e coração.
Quando questionados sobre que competências adquiriram, a resposta foi unânime: Aprenderam a organizar o tempo e, mais importante, sentem-se beneficiados pois hoje estão mais à vontade para trabalhar com o público e aumentaram, em geral, a rede de contactos,“até o Presidente da República me ligou”, afirma Carolina Gonçalves, da Claro Cascais.

“Até o Presidente da República me ligou”

– Carolina Gonçalves

 

Os jovens de hoje contribuem para a inovação e diferença do futuro de amanhã e, por isto, realça-se a preocupação pelos outros e pelo ambiente. O projeto Claro Cascais destina-se a alertar estabelecimentos, como hóteis e restaurantes, para a problemática do uso de palhinhas de cartão, uma alternativa às de plástico. Esta campanha de sensibilização partiu da iniciativa de três jovens (Carolina Gonçalves, Luísa Mandacaru e Teresa Vale) que, cansadas de ver as praias onde surfavam sempre cheias de lixo, decidiram fazer alguma coisa para mudar, e hoje contam com a adesão de 26 restaurantes, do festival Outfest e Outjazz na luta contra um ambiente mais limpo.

Membros Fundadores
Da esquerda para a direita: Teresa Vale, Carolina Gonçalves, Luísa Mandacaru. Membros fundadores da Claro Cascais. – Fotografia por Claro Cascais

O projeto Floresta Rainha trata também a preocupação pelo meio ambiente. Desenvolvido pelo aluno de Gestão da NOVA SBE Tiago Franco e “pretende reintegrar a Natureza no quotidiano das populações, fazendo-as pensar no impacto negativo das suas ações e despertando para uma renovada economia”.

O céu é o limite quando se trata de empreendedorismo e estes jovens não são exceção. Nos últimos anos assistimos a uma “explosão” de novas marcas, novas ideias, novos conceitos. Agora fica a dúvida: o que mais está para vir?

“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.”

– Eleanor Roosevelt.

Conteúdo produzido por: Frederica Abreu, Inês Justo, Inês Matos, M. Bárbara Raposo, Mariana Esteves, no âmbito da UCP de Comunicação Digital, da licenciatura de  Comunicação Social e Cultural.