O Balão é, tal como se auto define, um projecto inovador que permite às pessoas saberem se estão em condições para conduzir depois de uma noite em que se possa ter bebido um copo a mais. Criado por Francisco Palma Carpinteiro , o projecto já conta com inúmeras bancas espalhadas por discotecas em Lisboa e no Algarve. Por 1€ fica a saber qual o nivel de álcool que possui no sangue. Decidimos ir conversar com o Francisco para saber mais sobre a dinâmica do grupo.
AG: Como surgiu a ideia? Através de experiência própria, amigos?
FPC: A ideia surgiu este verão. No espaço de duas semanas soube de três amigos que perderam a carta por terem sidos parados com excesso de álcool numa operação stop. Era de facto um problema. A solução logo à partida seria não conduzir se bebemos copos mas a verdade é que há uma percentagem ainda relevante de clientes de discotecas que arriscam e conduzem na mesma. Ou seja, perante este problema a solução para o cliente teria de ser trabalhada. Poderia passar por andar com um medidor da taxa de álcool no carro para conseguir fazer o controlo das margens de álcool, se estou ou não dentro dos limites legais. Ora, este problema não é só meu e dos meus amigos. É da sociedade em geral. Muita gente é afectada por este problema. Porque não solucionar um problema da sociedade?
AG: Foi fácil arranjar acordos com as discotecas para montar a banca à porta?
FPC: Os acordos tiveram um processo. Começou com um primeiro contacto onde nos apresentámos enquanto empresa, os nossos valores, a nossa ideia e nosso modus operandi. Tínhamos o nosso modelo de negócio já bem definido e a nossa proposta bem montada. Restava apenas o entusiasmo e a aprovação da direcção dos espaços com quem estávamos a falar. Começámos no verão no Bliss, discoteca em Vilamoura, estamos actualmente em Lisboa no Urban, no Main, no Place, no Lust e no Tamariz. Até hoje fomos tendo convites para acompanhar festas universitárias (festas da FDL, da Faculdade de Ciências, da Faculdade de Medicina, da Universidade Europeia, entre outras). Estamos a fechar novos contratos, anunciados em breve.
AG: Sabes de algum caso em que uma pessoa que ia conduzir, tenha desistido depois de soprar o balão?
FPC: O nosso objectivo é exactamente esse. Zelamos pela prevenção rodoviária e pela responsabilidade social. Acontece muitas vezes esse caso em concreto. Maior parte das vezes as pessoas quando consomem bebidas alcoólicas não têm noção dos valores que “acusam”. Muitas vezes bebem com a certeza de que a quantidade que ingeriram não irá reflectir valores que ultrapassem os limites legais. É verdade que o álcool é digerido de maneira diferente de pessoa para pessoa, mas há outras variáveis que influenciam bastante como a quantidade/qualidade da alimentação antes do consumo do álcool ou até todos os movimentos que a pessoa fez depois de ter ingerido bebidas alcoólicas. Os nossos clientes, assim que se deparam com valores que não esperavam, optam geralmente por um transporte público para chegar a casa. Há sempre casos em que arriscam e ignoram o teste. Não obrigamos a nada. Simplesmente prestamos um serviço com um teste informativo e aconselhamos o cliente a agir da forma mais correcta. Como disse, não os podemos obrigar a nada. No entanto, podemos dizer que O Balão tem tido um impacto forte na prevenção rodoviária.
AG: Quantos elementos tem a equipa, quantas horas trabalham numa noite e em quantas discotecas costumam estar por noite?
FPC: A estrutura do Balão conta com uma equipa de escritório e uma equipa de terreno. Sendo que a equipa de escritório é formada por 3 pessoas fixas que asseguram toda a logística e burocracia da empresa e, a equipa de terreno, conta com mais de 50 colaboradores que alternam escalas. Todas as semanas há, em média, 26 postos de trabalho em terreno. Trabalham sempre pares em cada posto e 3 horas por noite.
AG: Perspectivas para o futuro? Chegar a outras cidades?
FPC: Acreditamos que através de um serviço inovador conseguimos solucionar um problema da sociedade. Ambicionamos conseguir chegar a mais discotecas em Portugal até ao fim do ano lectivo e a nível internacional no próximo ano.
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Conteúdo produzido por Alexandre Guimarães, Manuel Marques, Margarida Freitas e Vasco Queiroga, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura de Comunicação Social e Cultural.