Sustentabilidade é um dos temas mais debatidos ao longo dos últimos anos. Várias são as iniciativas criadas para dar resposta aos problemas do nosso planeta. É através desta visão que surge a RE.para, uma plataforma online que recupera roupa em segunda mão, com o intuito de combater a poluição e desperdício na moda.
“Redescobrir, Repensar e Respeitar”, este é o lema da Re.Para, uma marca de roupa em segunda mão, que surgiu em setembro de 2020. A indústria da moda é uma das mais poluentes em todo o mundo, não só devido ao seu fabrico, mas principalmente devido ao conceito de fast fashion. O consumismo, característico do Séc.XXI, acaba por deitar fora muitas peças de roupa em bom estado. Segundo as Nações Unidas (UN), um do objetivos até 2030 é diminuir este excesso de comercialização e produção, principalmente por parte desta indústria.
É com o intuito de combater este ciclo que surge a RE.para, uma plataforma online que procura diminuir o desperdício causado pela indústria têxtil.
Mariana da Luz Costa, uma das co-fundadoras da marca, afirma que a concretização desta ideia envolveu a realização de vários estudos, não só de mercado, mas principalmente sobre a melhor forma para transmitir a sua mensagem. “É possível reabilitarmos peças que achamos que já não têm qualquer tipo de salvação”, explica-nos Mariana.
Valorizarmos aquilo que temos no armário é um dos denominadores comuns das lojas de roupa em segunda mão. Na RE.para é possível não só comprar, mas também vender, este último através de um “processo de avaliação simples e transparente” realizado pela própria marca, revela Mariana, de forma a garantir a qualidade das peças. Toda a equipa assegura a recolha e fotografias de peças que as fundadoras acreditam merecer uma segunda oportunidade.
O nome da iniciativa é, por si só, um elemento diferenciador já que, ao contrário da maioria das lojas de segunda mão, a Re.para aceita peças que tenham pequenos defeitos e compromete-se a ‘repará-los’.
Classificadas segundo 4 critérios, as peças (que vão desde roupa, a calçado e acessórios) podem ser:
- Novas com etiqueta – Nunca usadas
- Seminovos – Usada apenas algumas vezes
- Usados – Com sinais de uso, mas em bom estado.
- Reabilitados – Com pequenos arranjos, como bainha ou remoção de borbotos.
Além do impacto ambiental positivo, as fundadoras ambicionam desmistificar a ideia de moda em segunda mão. A RE.para assegura a máxima qualidade em cada uma das suas peças. Imagem do arquivo © Re.Para
Rigor na seleção das peças
Marcas de Fast-Fashion como Primark e Modalfa não são vendidas nesta plataforma. “Não faz sentido vendermos uma t-shirt por 3 euros usada se a cliente puder comprar o mesmo [artigo] novo pelo mesmo preço”. “Além disso, o período útil destas peças é muito inferior”, acrescenta a co-criadora. Este é outro dos fatores que distinguem esta marca. O facto de serem criteriosos faz com que o cliente encontre peças com qualidade assegurada e durabilidade. Já as peças que não são aprovadas pela RE.para são, após autorização do vendedor, doadas a uma Instituição, de forma a ajudar quem precisa e, ao mesmo tempo, a combater o desperdício.
Iniciativas como esta têm vindo a ser cada vez mais frequentes. A dupla empreendedora acredita que está na geração mais nova mudar a mentalidade e incentivar as gerações seguintes no combate ao desperdício. “Temos muito mais consciência do que os nossos pais tinham (…) caminhamos para um futuro mais consciente, porém gradual, tendo em conta que no final do dia o que interessa para as grandes empresas é o lucro”, explicam-nos.
Direitos de autor: Imagens do arquivo © Mariana Da Luz Costa
Conteúdo produzido por Margarida Borrego, Maria Inês Rodrigues, Joana Bettencourt, Margarida Fragata e Sofia Madeira no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.