A Comunidade Vida e Paz tem como objetivo responder ao combate à pobreza, através da ação das suas equipas de rua que , muitas vezes, são o Anjo da guarda daqueles que sofrem de pobreza extrema.
Fundada em 1989 a Comunidade Vida e Paz (CVP) sempre teve como valores principais o Respeito pela dignidade Humana, o Bem-comum, a Solidariedade e a Justiça social, seguindo-se sempre pela doutrina social da igreja Católica.
Segundo José Manuel Seruya (membro do conselho geral Comunidade Vida e Paz) os Pontos Chave da mesma são:
“A sua visão, missão e valores da instituição definidos com clareza e vividos pelos colaboradores e voluntários, uma notável qualidade técnica e humana dos colaboradores, a capacidade de responder adequadamente, no tempo e no modo, às exigências do contexto e às mudanças no perfil das pessoas que acolhemos, as Lideranças robustas nas diversas unidades organizacionais e o seu foco na sustentabilidade económico-financeira da instituição”.
A sua atuação tem como objetivo Socorrer Pessoas, em condições de sem-abrigo ou situações de vulnerabilidade social, afetadas profundamente pelo sofrimento humano, tristeza, mágoa, dor, abandono, isolamento e acima de tudo, o sentimento “de não pertença”, de forma a Recuperar e Reinserir estas mesmas pessoas, autonomamente, na sociedade . Hoje em dia, a Comunidade Vida e Paz conta com:
-149 colaboradores profissionais;
-115 pessoas que frequentaram estabelecimentos de reabilitação;
-493 pessoas ajudadas pelas equipas de rua da comunidade;
-602 voluntários;
-160.000 ceias distribuídas.
Estão também expostos na página da CVP os diferentes testemunhos das pessoas que puderam interagir: tanto com membros da organização, ou fizeram parte da mesma, ou ainda, foram ajudados por esta.
De forma a garantir esta ajuda, a CVP está em mudança constante e permanente evolução , a mais recente intervenção da CVP veio pela criação do centro de intervenção de primeira linha e da criação da unidade de apoio à Reintegração e Pós alta, em 2020.
Apesar do seu cariz voluntário a CVP tem sede única em Portugal sem intenções de se expandir para o estrangeiro:
“A nossa intenção é melhorar naquilo que já fazemos. Não sentimos necessidade em criar um movimento expansionista; a ideia é sermos uma referência e isto está na nossa missão e visão. O que fizermos fazermos muito bem, acolhermos muito bem os voluntários e tudo o que fazemos pelas pessoas sem abrigo, fazermos com toda a alma, com todo o coração, com toda a profundidade, com toda a coerência e transparência em relação à sociedade. Aquilo que pretendemos não é expandir, mas melhorar sempre na instituição e nos nossos eventos, como é o caso da nossa festa de Natal, sempre a pensar nas pessoas sem abrigo.” (Celestino Cunha, Coordenador Geral da área de voluntariado e da Intervenção de Rua, Comunidade Vida e Paz).
Adicionalmente, Celestino Cunha ilustra perfeitamente o papel desta organização na mudança, e reintegração, daqueles que foram esquecidos pela sociedade, e o verdadeiro respeito pela dignidade destas pessoas, através da seguinte história:
“Costumo contar a história do António (nome fictício). Durante 12 anos esteve na rua e isso faz-nos acreditar. As pessoas têm o seu próprio tempo e temos que respeitar esse tempo. Não é quando nós queremos mas no tempo delas. Durante 12 anos, o António fez-nos acreditar que estava adaptado à rua. Era uma pessoa que lia muito, tinha uma relação esplêndida com a vizinhança e dormia à porta da igreja. Tinha o seu modo de vida muito bem instalado e parecia até feliz naquela condição. Ao fim de algum tempo adoeceu e foi parar ao hospital. Do hospital recebemos uma chamada da assistente social e ouviu-se uma voz meio apagada porque o problema era pulmonar que dizia: – eu queria mudar a minha vida. Melhorou e hoje em dia é uma pessoa saudável.
O António veio para a Comunidade vida e paz, foi internado e não se deu muito bem com o nosso programa, o que é natural neste processo de mudança profunda de vida, o que não acontece de forma linear. O António fez o seu projeto de vida e percebemos que afinal tinha uma filha e uma neta e que gostava mesmo muito de livros. Agora é um ilustre rececionista de uma unidade hoteleira de Lisboa, uma pessoa socialmente integrada e eu diria que feliz. Ele também estava ligado à sociedade na sua fase da rua mas não com a dignidade que merecia.
Por fim, qualquer pessoa pode voluntariar-se ou apoiar esta organização através de doações, se este for o seu caso e quiser ajudar esta instituição , pode sempre contactar os órgãos da Comunidade Vida e Paz através do número : +351 218 460 165 ou email geral@alvalade.cvidaepaz.pt, ou ainda através do portal de contactos da comunidade vida e paz.
Conteúdo produzido por Camila Mignon, Frederico Cannas, Margarida Oleiro, Maria Andrade, Maria do Carmo Macedo e Cunha e Francisca Campos, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.