Tauromaquia para todos: a chave do empreendedorismo juvenil. Desenvolvido por estudantes na faixa etária dos 20 anos, o projeto vence pelo 2º ano consecutivo, o Orçamento Participativo de Portugal. Conheça a história por detrás da tradição, contada por uma das fundadoras. Em entrevista ao Digital Hub, ela relatou os principais conceitos da Tauromaquia, as maiores conquistas alcançadas pela equipa e os principais desafios por ela enfrentados.
O projeto “Tauromaquia para todos” desenvolvido por 5 estudantes dentro da faixa etária dos 20 anos, visa “a criação de um programa de difusão de informação e conhecimento sobre a cultura tauromáquica de Portugal, na sua diversidade territorial e multiplicidade temática, na sua componente material e na sua componente imaterial, aos cidadãos”, afirma Mariana Malta Carvalho, estudante da Universidade Católica Portuguesa e uma das fundadoras.
Atualmente vencedor pela 2ª vez consecutiva – 2017/2018 – do Orçamento Participativo de Portugal desde Outubro, e com o prémio de 50.000 euros, os objetivos do projeto são, conforme explicado por Mariana, “a criação de conteúdos e materiais informativos e pedagógicos sobre a cultura tauromáquica que permitam o seu conhecimento e a sua compreensão junto de crianças e adultos e a criação de acções e campanhas de informação e interação com os cidadãos”. A inciativa prevê realizar atividades junto de várias escolas do país. É deste modo que os jovens pretendem investir o dinheiro que receberam, de modo a aumentar a informação cultural acerca da Tauromaquia, bem como “tudo o que a envolve”.
A jovem refere também que o projeto foi alvo de críticas, admite ser um assunto relativamente fácil de censurar mesmo não sabendo do que se trata e que, por vezes, é “aborrecido ter de ouvir certas acusações injustas e com um discurso derivado do ódio e da ignorância, mas sabemos que a Tauromaquia é uma questão não só de gosto, mas mais do que isso, de liberdade, portanto lidamos bastante bem com elas (críticas), já que apenas nos limitamos a defender aquilo de que gostamos.”.
Quando questionada acerca dos Direitos dos Animais e à posição que mantém acerca do sofrimento animal, a jovem demonstra o seu desagrado e confessa que é uma pergunta à qual não gosta de responder, já que “não se pode incluir o conceito de sofrimento quando se fala de Tauromaquia, devido ao facto de o sofrimento estar ligado ao discernimento humano e sendo o touro um animal irracional, é erróneo alegar que ele sofre. No máximo sente dor, que corresponde a um reflexo, a um impulso, ao qual o animal responde com agressividade, não com medo como se espera de outros animais. O touro bravo, devido à sua evolução e seleção, está fisica e psicologicamente preparado para este impulso, não vai para a arena sentir pena de si próprio, ele ataca, responde a esse impulso que lhe é dado. Além de que o sofrimento implica uma dor insuportável, algo que também não acontece pois não se está a torturar o animal.”
Mariana Malta Carvalho acrescenta ainda que uma das falhas na cultura portuguesa é a “falta de informação referente a uma importante peça da nossa civilização que é a Tauromaquia, que merece ser respeitada como tal“, e que a criação deste projeto vem solucionar este problema. As regiões onde o pretendem implementar vão de Norte a Sul do país, bem como a Região Autónoma dos Açores e da Madeira. O prazo é de 12 meses. Para saber mais acerca deste projeto clique no Orçamento Participativo Portugal.
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Conteúdo produzido por Beatriz Cardoso, Cristiana Reis e João Cardoso, no âmbito da Unidade Curricular de Comunicação Digital, integrada na Licenciatura em Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica Portuguesa.