Visão de um jovem na Política

António Pedro Barreiro tem 21 anos, frequenta neste momento o mestrado de Ciências Políticas e Relações Internacionais no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa, e é vogal da direção da Juventude Popular. Diz-nos que “estar na política só vale a pena se tivermos uma ideia muito clara do que a política deve ser” e conta-nos a sua história.


António Pedro Barreiro representa JP
António Pedro Barreiro defende a Juventude Popular Portuguesa no Comício Político da Juventude Portuguesa. (Créditos: Fotografo Oficial JP; Cedida por António Pedro Barreiros)

Tinha oito anos quando viveu a sua primeira experiência política em Alcobaça, terra onde nasceu e viveu até vir para Lisboa estudar. Nesse ano, os candidatos do CDS, em virtude das eleições legislativas de 2005, estavam em Alcobaça e ao ver a Teresa Caeiro disse-lhe que “gostava muito dela e que era das poucas pessoas que defendiam a pátria”. Emocionou-a. Desde aí, e muito impulsionado pela mãe, criou uma relação especial com o partido. Aos 14 anos acabou por se tornar militante da JP em Alcobaça e quando veio para Lisboa, acabou por mudar a sua filiação para essa concelhia, de forma a participar mais ativamente na sociedade.

Fala-nos de uma geração inquieta, que está à procura de referenciais seguros num mundo que está em constante mudança. Uma geração que, ao contrário da anterior que vivia à procura de progresso e mudança, está à procura da constância e da estabilidade. E, para António, isto pode ter muito a ver com o facto de já termos nascido em democracia e não sabermos o que é ter de lutar por ela.

Apesar de ainda continuarmos a ser uma geração muito desligada, como se nota através do facto da abstenção ser sempre mais elevada na mesa dos jovens, o António afirma “que a juventude só por si não acrescenta nada, é bom ter jovens envolvidos, se esses jovens forem boas pessoas, comprometidas, com ideias e com uma vida feita que lhes acrescente qualidade.”

Na JP, promove-se uma cultura que pretende mostrar a cada um a importância de terem uma vida fora da política, a sua experiência de trabalho, os seus próprios desafios, e de construírem a sua vida pessoal e social de forma a depois poderem levar para a política aquilo que aprenderam com as suas vivências.

Para o António é esta a chave para um jovem estar na política, considera que para ser um bom político e fazer política com qualidade, é necessário ter uma vida privada resolvida e que portanto, quanto mais investe nos estudos, na vida de Fé e nas relações de amizade, mais de si leva para a política que faz. Considera fundamental tornar-se uma pessoa mais completa nas suas relações para consequentemente, se tornar um melhor político.

Torna-se muitas vezes difícil para os jovens conciliar uma vida política ativa com tudo o resto, mas fazê-lo pode tornar-se muito gratificante, principalmente se a política for encarada como algo que nos leva a contribuir para o bem comum e que nos permite acreditar que podemos levar a avante as ideias que nos movem. Mas o que é curioso neste testemunho de António Pedro Barreiro, e que nos permite, através da sua história criar um “exemplo”, é que ele nos mostra que para viver a política não é preciso viver para a política, mas que a política é uma forma de expressão dos nossos ideais e está em constante interação com a nossa vida privada.


Conteúdo produzido por: Beatriz Nogueira, Carlota Souto, Laura Moniz e Maria Fróis, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da Licenciatura em Comunicação Social e Cultural.