Vizinho Amigo, o novo projeto de Tomás Carolino, tem como objectivo ajudar quem mais precisa e, sobretudo, quem é potencialmente mais vulnerável ao vírus do COVID-19. Esta iniciativa sem fins lucrativos ajuda os vizinhos que mais precisam nas tarefas do dia-a-dia.
O movimento Vizinho Amigo surgiu no âmbito de combater – ou atenuar – a pandemia mundial que enfrentamos, quando foi decretado Estado de Emergência no nosso país. Um dos criadores, Tomás Carolino, explica-nos que “no início, não estávamos de todo à espera do crescimento exponencial que tivemos. Chegámos a mais de 6000 voluntários na nossa base de dados.” Este grupo de jovens decidiu criar a iniciativa para realizar tarefas tão simples do dia-a-dia aos vizinhos que sejam mais vulneráveis, como ir ao supermercado, farmácia, ou outras tarefas que necessitem durante a quarentena, de modo a reduzirem ao mínimo indispensável as saídas de casa.
A iniciativa, que não pára de crescer, já tinha ajudado mais de mil pessoas em todo o país no início do mês de maio . O Vizinho amigo já conta com 15 parcerias diretas, entre elas associações e juntas de freguesia, como são o caso da Junta de Freguesia de Alvalade, Junta de Freguesia de Santa Clara e a Junta de Freguesia de Benfica.
Os voluntários preenchem um formulário de inscrição e, posteriormente, receberão no seu e-mail um cartaz que devem afixar em pontos estratégicos como por exemplo corredores do prédio, elevadores, paragens de autocarro e multibanco. Recebem ainda um cartaz com indicações da DGS com as medidas preventivas a serem tomadas quando ajudam alguém. Neste cartaz devem colocar o seu nome e número de telemóvel, de modo a serem contactados por quem necessite de qualquer tipo de bens. Os voluntários recebem o contacto da pessoa interessada, realizam as compras necessárias e entregam-nas à porta, sem qualquer tipo de custo associado.
“Foi incrível ver a solidariedade dos portugueses nesta luta contra o amigo invisível,” afirma Tomás, que garante ter corrido tudo da melhor maneira possível em termos de adesão ao projeto. “Se o movimento deixar de existir é bom sinal, é sinal de que vencemos este inimigo invisível.” No entanto, durante a conversa, foi notória a vontade de continuar com algum movimento do género, no âmbito do voluntariado aos mais idosos e quem mais necessita que, neste caso, inclui pessoas com doenças crónicas e outras complicações que se possam agravar no caso de contágio por COVID-19.
Tivemos um crescimento exponencial desde o primeiro dia, recebemos centenas de mensagens de incentivo, milhares de partilhas nas redes sociais.
Tomás Carolino
Todos os voluntários demonstram um grande altruísmo e vontade de ajudar o próximo, e talvez esta energia seja potenciadora de um novo projecto. Tomás admite sempre ter tido uma paixão por estes projectos de voluntariado e, juntamente com os outros voluntários, irá certamente surgir um novo desafio.
Fotografia de capa: Photo by Nick Karvounis on Unsplash
Conteúdo produzido por: Maria Correia, Margarida Mugeiro, Margarida Rodrigues, Rafaela Silva, Rita Pereira e Pedro Mira, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura de Comunicação Social e Cultural.