A Zadig et Voltaire é uma marca que nasceu em 1997, cujo nome foi inspirado no filósofo Voltaire e nos seus ideais iluministas. É uma empresa francesa criada pelo Thierry Giller, com o objetivo de ser uma marca de luxo acessível. Thierry quis que as suas coleções fossem chiques, mas casuais, artísticas e jovens. Ao criar esta marca, procurou fazer algo totalmente diferente, quebrando os códigos com a moda e usando-a como afirmação.
Um dos assuntos mais relevantes e polémicos na atualidade tem a ver com o aquecimento global e a poluição. No sentido de combater esta crise climática mundial, as lojas em segunda mão tornaram-se uma alternativa com muita procura. Ao mesmo tempo que muitas pessoas começaram a aderir a este conceito, várias marcas instituiram soluções sustentáveis na sua produção, assim como a utilização de matérias primas com menos emissões de gases com efeito de estufa. Não querendo ficar para trás, em fevereiro de 2021 a Zadig et Voltaire criou um departamento de desenvolvimento sustentável e contratou Hélène Jessua (especialista em estratégias sustentáveis) para o cargo de diretora. Desde então que a marca tem trabalhado para integrar nas suas coleções apenas peças sustentáveis. É evidente que esta não é uma tarefa fácil nem rapidamente realizada, é um processo demorado e que engloba vários fatores, tanto a nível logístico como financeiro. Assim sendo, o departamento de desenvolvimento sustentável definiu um compromisso de longo prazo, estabelecendo metas às quais pretendem chegar até 2025. Este plano foi delineado com base numa avaliação feita em torno de todo o processo de produção das peças da marca. Esta análise mostrou que 80% das emissões de canrbono provêm da produção matéria prima adquirida, o que significou uma maior preocupação logo na parte primária do processo. Tendo isto em consideração, a marca comprometeu-se a utilizar matérias primas 100% ecológicas, acabar com o plástico proveniente de combustíveis fósseis e substituir as embalagens atuais por embalagens feitas de materiais sustentáveis e recicláveis. Para que esta missão seja concluida com sucesso, a Zadig et Voltaire teve de implementar medidas para lá chegar. Por exemplo, até ao ano passado, a maioria da caxemira usada pela marca vinha da Mongólia. Entretanto a marca aderiu ao Good Cashmere Standard, de forma a apoiar a produção sustentável e definiu como uma das metas que até 2025, 100% da caxemira utilizada será ecológica. No que toca à lã, a empresa pretende recorrer a cadeias de abastecimento sustentáveis, para garantir o bem estar dos animais, assim como uma gestão sustentável das pastagens. Algodão orgânico, ou seja, algodão cultivado sem pesticidas nem fertilizantes químicos, foi já este ano uma realidade nas coleções da marca, e a ideia é que a sua utilização seja cada vez maior, até ser total e exclusiva. Cabedal é uma das imagens de marca da Zadig et Voltaire, um dos materiais mais utilizados. A marca tem em vista a Leather Working Group e comprometeu-se a obter cabedal apenas desta organização, que desenvolveu um programa que certifica o fabrico do cabedal amigo do ambiente.
Podemos, então, perceber que a zadig et voltaire é uma marca consciente, que se preocupa com a grave crise climática pela qual estamos a passar, muito derivada da forte industrialização da fast fashion e da sua produção em massa. Quando marcas grandes e influentes como a Zadig et Voltaire, dão destaque a este problema e tomam medidas para o tentar combater, tem especial relevância, porque para além de estarem a mudar toda a logística da marca em prol do meio ambiente, estão também a alertar e a consciencializar as pessoas.