AIESEC: Voluntariado sem fronteiras

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Maior organização de voluntariado internacional estudantil,  a AIESEC foi fundada em 1948 por um grupo de estudantes. Promove experiências nacionais e internacionais para o desenvolvimento das capacidades de liderança dos jovens através de relações interpessoais entre diferentes culturas.


Grupo de crianças num orfanato da Tanzânia, juntamente com a voluntária Teresa.
Teresa com o grupo de crianças no orfanato, no momento em que lhes ofereceu presentes vindos de Portugal | ©Teresa Silvestre

Esta organização está presente em 126 países, conta com mais de 5000 parceiros e neste momento têm mais 1000000 alunos de 2400 países. AIESEC proporciona várias atividades como estágios profissionais dentro e fora de Portugal e experiências de voluntariado.

Segundo Sandro Lopes, membro da organização da AIESEC, o que diferencia esta organização de outras é uma “cultura organizacional única“, através de união a nível nacional e internacional. Outro dos fatores é o desenvolvimento das soft e hardskills de qualquer pessoa que tenha contacto com esta organização. Para Sandro Lopes, os objetivos da AIESEC são extremamente importantes  para a construção de uma sociedade  com “líderes que tenham um mindset global e geridos por valores.”

Quais são os valores da AIESEC?

Excelência: dar sempre o máximo em tudo, com excelência;

Sustentabilidade: não só ecológica, mas também sustentabilidade de decisões e ações;

Liderança: temos de ser líderes para nós, antes de sermos para os outros;

Integridade;

Diversidade: em tudo – sexo, religião, idade, etc. Somos uma organização que não olha a essas coisas. Somos todos humanos;

Participação: participar em novas coisas faz-nos experimentar novas coisas também, e devia de estar no espírito de todos os jovens.”

– Sandro Lopes, organização AIESEC.

A Teresa Silvestre tem 20 anos, estuda medicina em Espanha e contou-nos como foi a sua experiência de voluntariado através  da AIESEC, na Tanzânia. Um dos seus principais objetivos em ir para este país foi garantir que teria impacto num país subdesenvolvido, de forma a garantir que lhes podia transmitir algum conhecimento e experiências.

Depois de várias pesquisas sobre qual seria a melhor organização para fazer voluntariado, a Teresa decidiu escolher a AIESEC,  porque a ação de voluntariado se baseava naquilo em que cada voluntário poderia dar de si. Escolheu um orfanato, com crianças órfãs e crianças cujos pais não têm as condições necessárias para poderem viver com eles. 

Criança da Tanzânia a aprender a escrever.
“Aquilo a que nós não damos valor nenhum, como oferecerem-nos um lápis para escrever, a eles faz-lhes completamente o dia” | ©Teresa Silvestre

Para a maioria das pessoas que se aventuram a fazer voluntariado e não estão habituadas a viajar sozinhas, um dos maiores desafios é  visitar e adaptarem-se a um país novo. Para a Teresa não foi um entrave sair do país, uma vez que a AIESEC a acompanhou desde o momento em que começou a tratar dos documentos até estar de volta a Portugal, depois de 3 semanas num local desconhecido. 

Porque não fazer voluntariado em Portugal?

“(…) pensei que há muita gente que faz voluntariado em Portugal porque tem vontade de o fazer, mas não tem oportunidade de fazê-lo internacionalmente, e por isso escolhem fazê-lo em Portugal por questões monetárias. Tendo em conta que eu tinha oportunidade de sair do país e de poder deixar a minha marca, neste caso, na Tanzânia, eu decidi fazê-lo.”

– Teresa Silvestre, voluntária AIESEC.


Crianças no orfanato durante o almoço.
As crianças durante as aulas aprendem o abecedário, a escrever e a falar inglês. | ©Teresa Silvestre

O mais chocante no voluntariado é o contraste de sair de um país como Portugal e entrar noutro país diferente, com uma cultura diferente. Já muitas pessoas da AIESEC tinham contado experiências de voluntariado à Teresa, mas ela só se apercebeu do choque de realidade quando viu a pobreza e a viveu.  A falta de segurança também foi desafiante para esta voluntária que não estava habituada.

Há quem diga que a experiência de voluntariado é das mais fascinantes de se fazer, não só pelas diferenças culturais, mas porque é um “abre olhos” para outras realidades. Na perspetiva da Teresa, repetir esta aventura será uma forma para que se sinta útil, para que possa fazer alguma diferença na vida de outras pessoas.


Fotografia de Capa ©Teresa Silvestre


Conteúdo produzido por Ana Maria Cantador, Bruna Braga, Daniela Santos, Joana Oliveira e Rita Cataludo, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.