Bora Jovens: empregabilidade jovem

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Bora Jovens é um programa criado pela Coca-Cola Europacific Partners, que conta com o apoio da ONG Ajuda em Ação e do Movimento Transformers, a facilitar a entrada de jovens em situações vulneráveis no mercado de trabalho, dando atenção individual e especializada a cada candidato.


Exterior de um edifício com o Logótipo da Coca-Cola
A sede e fábrica da Coca-Cola Europacific Partners em Azeitão, Portugal. ©CC0

Coca-Cola Europacific Partners

A Coca-Cola Europacific Partners é a maior engarrafadora independentes da Coca-Cola no mundo. Com mais de 50 fábricas engarrafadoras ao longo da Europa, Austrália, Nova Zelândia e Indonésia. Este grupo conta com mais de 600 milhões de clientes, engloba 31 países e cerca de 42 mil colaboradores. Começou com a fusão de vários engarrafadores europeus, entre eles a portuguesa “Refrige”,  mas com a integração da divisão asiática na divisão europeia, nasceu a Europacific Partners em 2021.

Este grupo produz mais bebidas do que só Coca-Cola. Por exemplo, na fábrica portuguesa em Azeitão, também é produzida Fanta, Nestea, Aquarius e Powerade, para além das latas Monster e Burn. No total, são 12 marcas e mais do que duzentas opções entre sabores e tamanhos de embalagens. Uma curiosidade é que quatro em cada dez bebidas vendidas em Portugal são baixas em calorias e açúcares. 

 Em 2020, a fábrica da Coca-Cola em Azeitão foi a primeira empresa portuguesa a receber o prémio Energy Management Insight Award. Desde 2018, toda a energia elétrica utilizada na fábrica de Azeitão provém de fontes renováveis. A Coca-Cola Europacific Partners quer atingir o máximo de sustentabilidade possível, desde os métodos de produção, até embalagens utilizadas e até mesmo em questões sociais.

Logótipo em fundo branco a dizer "Bora" em vermelho e "Jovens" em cinzento
Logótipo do programa. ©CC0

O nascimento do Bora Jovens

Este programa começou a ser estruturado em 2020, mas apenas implementado em 2021, efeitos da pandemia, mas que não condicionaram a sua existência. Já antes, a CCEP tinha criado outro programa social em 2019, o “Bora Mulheres”, que visa combater a discriminação e a desigualdade de género na perspectiva do empreendedorismo. O “Bora Jovens” foca-se na formação e capacitação de pessoas entre os 18 e os 25 anos que se encontram em condições precárias e que se enquadram nos jovens NEET: jovens que não estudam, não trabalham e nem estão num processo formativo. Juntamente com o Movimento Transformers e a Ajuda em Ação, barreiras são eliminadas para que estes jovens sejam encaminhados para o mercado de trabalho: o programa visa dar um rumo e um caminho a estes jovens. Manuel Bastos é Sustainability Manager da Coca Cola Europacific Partners, que é o parceiro engarrafador da Coca Cola, em Portugal e noutros 30 países, a nível internacional. O seu papel, para além de tratar da sustentabilidade ambiental na CCEP, trata também de programas sociais, tal como o Bora Jovens. Manuel iluminou-nos sobre o funcionamento deste programa. Através dos seus parceiros de implementação, são identificados jovens que se enquadram nos critérios de jovem NEET. A partir daí, os parceiros indicam esses possíveis candidatos à Coca Cola para que possam ser integrados no “Bora Jovens”. É importante realçar que não são feitas candidaturas nem um processo de seleção, mas sim dadas oportunidades de formação a todos. Normalmente, grupos de 20 a 30 jovens são feitos para que possam receber a formação feita pelo programa, e depois mais um grupo é feito, e assim em diante. O sustainability manager menciona que atualmente existem mais de 100 jovens na lista de espera, e que 170 já receberam formação e emprego graças ao Bora Jovens. 

Conjunto de jovens com camisolas a dizer Bora Jovens à frnete de uma banca da Ajuda em Ação
Um dos BootCamps realizados para o Bora Jovens, no Parque de Aventuras “Cova da Baleia”. ©CC0

E expandir o programa? Qual o seu futuro?

Existem várias questões que são pensadas ao tocar no tema de expansão do Bora Jovens. É relevante indicar que o programa de momento atua em nove cidades ao longo de Portugal Continental: Lisboa, Setúbal, Almada, Loures, Porto, Gaia, Viseu, Guarda e Faro. Quando foi inicialmente pensado em 2020, a ideia era fazer tudo de maneira presencial. Mas com a pandemia do COVID-19, a equipa tinha duas opções: cortar o programa pela raíz na sua fase inicial ou torná-lo on-line. Optaram pela segunda opção e iniciaram o programa em 2021, que permitiu alcançar um maior número de jovens ao longo do país. 

A ideia de expandir o programa é positiva em teoria, mas Manuel Bastos realça que o objetivo do Bora Jovens não é apenas alcançar muitos jovens, mas sim ajudar ao máximo os jovens que necessitam deste apoio: querem que possam receber o máximo da sua atenção, e ao expandir muito o projeto ainda nesta fase, pode acabar por estragar a atenção mais personalizada do programa. Outra situação relevante de explicar é que o número de jovens NEET em Portugal não é tão alto quanto esperado: cerca de 8% dos jovens da faixa etária alvo do programa (18 aos 25 anos) é que se enquadra nestes critérios. Para além disso, alguns destes jovens podem ter outras formas de ocupação, através de economia informal ou têm projetos diferentes para as suas vidas; querem ser influencers, youtubers, bloggers, e não seguir as linhas de carreira mais convencionais que o programa é capaz de oferecer. 

O objetivo é quebrar barreiras à entrada no mercado de trabalho a 500 mil pessoas até 2030. Este número não inclui apenas Portugal, mas também outros países da CCEP. Existem outros programas similares ao Bora Jovens a serem realizados atualmente, como por exemplo em Espanha o “GIRA Jóvenes”. Esta meta é elevada, é um objetivo que exige muito trabalho. Portanto, o projeto deve desafiar-se; quer a expandir programas atuais – de maneira a não perder a atenção especializada a cada jovem em contexto de vulnerabilidade – quer a criar novos programas.No fundo, a continuar a mudar a vida de tantas outras pessoas que precisam de apoio. O que pretendem não é só atingir números maiores, mas sim continuar a ajudar pessoas, continuar com programas integradores: é necessário um balanço entre eficácia de integração e números atingidos, entre profundidade e alcance. 

Para que os objetivos da Bora Jovens se concretizem, são necessários os parceiros certos. Não é a Coca-Cola que faz a formação aos jovens NEET sobre como integrar o mercado de trabalho, mas sim a Ajuda em Ação, por exemplo. O grande objetivo do programa atual é focar-se mais na sua eficácia do que na sua comunicação, ou seja, não existe grande presença do Bora Jovens na comunicação social, mas pretendem que o programa ganhe tração por si mesmo.

Parede com um esquema colorido com os vários setores da empresa
Esquema presente no interior da fábrica em Azeitão, que mostra os vários objetivos sustentáveis da Coca-Cola. ©Lara Santos

 Impactos reais em pessoas reais.

Manuel realça positivamente o impacto que este programa social teve na vida de várias pessoas. Numa conversa com membros do Ajuda em Ação, percebeu que os 170 jovens que o Bora Jovens conseguiu integrar no mercado de trabalho é um número admirável: grande parte dos programas sociais conseguem no máximo auxiliar 10 ou 20 jovens, então, atingir números tão elevados como estes nos três anos de vida do programa é verdadeiramente extraordinário. Ao ajudar estes jovens, também são ajudadas outras pessoas por extensão e ligação. Manuel dá o exemplo de uma jovem que foi integrada no mercado de trabalho com a ajuda do projeto, cujo principal objetivo era auxiliar a mãe a cuidar dos seus sete irmãos. Este é apenas um dos vários exemplos de vidas mudadas graças ao Bora Jovens: a comunidade sente a diferença e o impacto deste programa social

O Bora Jovens continua a expandir-se com a ajuda dos seus parceiros e continuam a mudar vidas, um jovem de cada vez. Progressivamente, faz-se a diferença na sociedade e nas comunidades. A Coca-Cola Europacific Partners tem muitos planos em várias áreas, mas este é apenas um dos vários programas sociais que a empresa criou, com o objetivo de impulsionar a inclusão, desafiar a desigualdade e apoiar a mobilidade económica. 

Para além do Bora Jovens, existem outros projetos de ajuda a jovens. Se tiver interesse nesta temática poderá ler o artigo BAOBÁ: Rumo a um Futuro Promissor, uma associação que faz ligação entre os jovens de São Tomé e as oportunidades que o pais oferece.

Créditos imagem de capa: CC0


Conteúdo produzido por Afonso Correia, Beatriz Pascoal, Gustavo Azevedo e Lara Santos no âmbito da disciplina Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.