Desafios da sustentabilidade em Portugal e Europa

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Consumidores portugueses demonstram estar cada vez mais conscientes da realidade do aquecimento global e preservação do meio ambiente. A seguir conhece os desafios como separar o lixo e comprar produtos orgânicos recicláveis, com os quais as pessoas ainda se deparam diariamente.


escova, sabonetes sólidos e copo castanho com escovas de bambú
Os produtos de higiene reutilizáveis são um simples passo para o início de uma vida mais sustentável. Karolina Grabowska por Pexels

Para os portugueses, no momento de compra, o preço dos produtos é o critério mais importante, enquanto nos outros países da Europa, como Espanha e França, o essencial é a reputação da marca e a durabilidade do produto adquirido. Por outro lado, para os húngaros, a reputação das empresas é o menos relevante para o consumo.

Os portugueses são os que demonstram ter mais atenção ao impacto na saúde, assim como, os que mais querem aumentar o consumo de produtos orgânicos. Os consumidores mostram-se igualmente preocupados com a sua pegada ecológica e começam então a optar por métodos de compra mais alternativos, como por exemplo, produtos em segunda mão. É possível verificar este acontecimento através do exemplo de vários consumidores portugueses que revelam já terem comprado carros, motas e bicicletas em segunda mão.

As pessoas demonstram maior vontade em consumir produtos orgânicos, ter mais atenção aos efeitos poluentes das atividades de lazer e mostram-se disponíveis a pagar mais por um produto se este tiver um propósito socialmente responsável.

É imprescindível as empresas manterem-se a par do que o consumidor deseja e procura, visto que têm de estar sempre preparadas para as mudanças nos hábitos dos consumidores que tendem a inclinar-se para a via mais sustentável.

A sustentabilidade também existe na Católica

No âmbito destes desafios face a adoção de uma vida sustentável, foi realizada uma entrevista a uma aluna da UCP do curso de comunicação social, Madalena Felgueiras, que adotou uma estilo de produção e consumo conscientes e enfrentou vários desafios nessa transição. A Madalena referiu que a razão pela qual decidiu mudar o seu estilo de vida foi principalmente por causa dos resultados com que o planeta sofre devido o consumo em massa do ser humano, fazendo uma referência aos oceanos.

Em relação aos desafios que enfrentou, a Madalena fala um pouco da dificuldade que teve na adaptação em vários hábitos a que estava acostumada, mas que acabou por ser superada devido à grande variedade de produtos disponíveis no mercado e através de pesquisas mais aprofundadas sobre novos hábitos a adotar. Hoje sente que faz parte da população que inspira a mudança.

telemóvel a mostrar imagem do símbolo de reciclagem por cima de saco de pano branco
A transição de hábitos consumistas à minimização de consumo e adaptação a um novo estilo de vida mais sustentável, revelou-se um desafio impactante na vida da Madalena. Ready Made por Pexels

Quanto aos novos hábitos que esta aluna da UCP adotou, para além de ter substituído o plástico por cartão e sacos de pano, baseiam-se principalmente nos novos produtos de beleza e pessoais que começou a consumir. Para além disso, aderiu igualmente a uma moda sustentável.

“Deixei de comprar roupas de fast fashion e passei apenas a comprar roupa sustentável. Em relação aos meus hábitos de skin care passei apenas a utilizar cosméticos orgânicos e cruelty free. A nível de higiene obtei por utilizar shampoos em sabão, que tanto dá para o cabelo como para o corpo, e passei a comprar escovas de dentes em bambu.”

Madalena Felgueiras, aluna da UCP

Em relação às mudanças que a Madalena notou após entrar neste modo de vida mais sustentável não foi, ela sentiu-se mais leve em tanto a nível económico e de consumo, especialmente com a adoção de hábitos que diminuíssem o desperdício alimentar e têxtil.

“Senti que após as refeições não me sentia tão inchada, pois a comida vegetariana é mais leve. Para além disso, ao contrário do que muitas pessoas pensam, é mais económico o consumo de proteína vegetal do que animal e existe uma maior variedade.”

Madalena Felgueiras, aluna da UCP

Para a Madalena não faz sentido o uso dos animais como cobaias de produtos, nomeadamente cosméticos, pois refere que o organismo do ser humano é bastante diferente do organismo dos animais e, por isso, a reação não é a mesma, sendo que esses produtos não são naturais.

A aluna refere também que a pegada ecológica pode diminuir visto que os recursos naturais da Terra esgotaram-se em 2021 e que, atualmente, o nosso planeta já não tem capacidade de produzir todos os recursos necessários para a humanidade de uma só vez. O seu papel para mudar esta situação já é evidente.

“Não tenho por hábito desperdiçar água. Toda a que uso em excesso serve para regar as plantas ou para minha horta biológica, por exemplo. Também opto por ir para a faculdade de transportes públicos, a pé ou de bicicleta, uso protetores solares veganos, sem químicos, pois os tradicionais libertam substâncias que contaminam os oceanos.”

Madalena Felgueiras, aluna da UCP

Em suma, o impacto dos hábitos consumistas e quotidianos dos portugueses e europeus é algo que todos podemos reduzir, pois apesar de apresentar desafios, cada vez mais temos ao nosso alcance alternativas sustentáveis que aos poucos fazem a diferença a longo termo. Cabe a nós sermos agentes da mudança e consciencializar a responsabilidade social e ambiental, tal como a Madalena quis transmitir no seu testemunho sobre a transição para uma vida mais sustentável.


Conteúdo produzido por Mariana de Oliveira, Mariana Monteiro, Luísa Nunes, Constança Pacheco, Constança Quintas, Maria Monteiro, no âmbito da disciplina Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.