Isabel II, Uma Rainha Fashion e Moderna

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Constantemente no auge da elegância, a Rainha de Inglaterra sempre marcou pela diferença.  Desde fatos de mecânica, a tiaras partidas, Isabel II nunca deixou que a idade e contexto envolvente a limitassem. Este ano, por exemplo, estreou-se na Semana da Moda de Londres.


Rainha Isabel II com um dos seus chapéus vistosos em tom de azul.
Rainha Isabel II, 2009 – “God Save The Queen” (CC BY 2.0 Thor)

Conhecida por ter um estilo muito próprio e ponderado, a Rainha Isabel II é considerada, por muitos, um ícone de moda. Contudo, nem sempre vestiu peças de grandes designers. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, Isabel II trabalhou como mecânica, o que a obrigava à utilização de um fato macaco. No seu Casamento, o vestido usado também não foi aquele com que sempre sonhara.  O país ainda se encontrava em recuperação do pós-guerra, o que levou a Rainha a ter de poupar cupões de racionamento para conseguir comprar o seu vestido de noiva. E este não foi o único percalço do Casamento Real. No próprio dia da boda, o joalheiro da Casa Real teve de ser convocado imediatamente para reparar a tiara de diamantes que se tinha partido nessa mesma manhã.

Rainha Isabel II, acompanhada do marido Filipe, após a coroação da mesma, em 1953.
Rainha Isabel II após a Coroação Real, em 1953, acompanhada de Filipe, Duque de Edimburgo. (CC0 – Sir Cecil Beaton )

Mas, recuando até um tempo ainda mais longínquo e pondo de parte contextos de tragédia, facilmente se percebe que o gosto pela moda é algo que nasceu consigo. Com 7 anos (1933), Isabel II recebeu o seu primeiro chapéu. Era feito de palha cor-de-rosa e tinha uma bonita grinalda de rosas de seda. E, embora este acontecimento possa parecer um aspeto pouco relevante, foi este pequeno chapéu que desencadeou o seu fascínio por acessórios. Porém, atualmente, já não são apenas os chapéus o único acessório que a Rainha faz questão de usar. As carteiras e os guarda-chuva são, também eles, peças indispensáveis no seu look. A escolha da carteira, por exemplo, varia consoante as ocasiões: se vai estar muito tempo de pé, a carteira deve ser mais leve; se, por outro lado, vai passar a maioria do tempo sentada, a carteira pode ser mais robusta. Quanto aos guarda-chuva, a escolha é mais simples: transparentes e com uma alça colorida, consoante a roupa que tem vestida.

Rainha Isabel num dia chuvoso, de chapéu de chuva aberto, a cumprimentar os militares em formatura.
Rainha Isabel II de Inglaterra, numa visita Real em 2005. (CC BY-ND 2.0)

Outra questão curiosa acerca da relação da Rainha com a Moda, é que apesar de contar com a sua assistente pessoal e designer, Angela Kelly, é Isabel II quem escolhe de entre quatro modelos, feitos para o mesmo evento, aquele que quer utilizar. No entanto, existem algumas regras para a confeção dos vestidos que devem ser seguidas:

  • Uso de cores que permitam à Rainha destacar-se da multidão;
  • Utilização de materiais leves, como chiffon, organza ou seda;
  • Realização de inúmeros esboços, dos quais será feito um protótipo, para que os detalhes possam ser ajustados e moldados.
Rainha Isabel II com um vestido verde e um chapéu da mesma cor, com um pormenor dumas rosas na pala.
Rainha Isabel II vestida a rigor num evento de cerimónia, em 2010 (CC0 by NASA Bill Ingalls)

Devido à sua popularidade e em tom de comemoração dos seus 90 anos, em 2016, foi realizada uma exposição, intitulada por “A Moda de um Reino: 90 Anos de Estilo do Armário da Rainha”, em que estiveram expostos os vestidos mais marcantes e mais icónicos de Isabel II. Desde simples vestidos da sua infância, até a algumas peças da atualidade, o grande destaque da exposição foi o seu vestido de casamento.

Este ano, a Rainha voltou a surpreender os seus fãs, ao ter-se estreado na Semana da Moda em Londres, e ao ter atribuído, ela mesma, o prémio Queen Elizabeth II Award for British Design ao estilista Richard Quinn. Para si, premiar um estilista jovem e inovador, é uma forma de demonstrar o seu “apreço a todos os que contribuem para a moda britânica”.


Conteúdo produzido por: Catarina Ribeiro Carvalho, Carolina Alves, Inês Zenida, Maria Eduarda Pita e Sofia Rufino, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.