Monólogos da Vagina, atualidade feminina

Monólogos da vagina são um conjunto de vários textos. Cada um deles lida com a experiência feminina, abordando assuntos como sexo, prostituição, imagem corporal, amor, menstruação, mutilação genital feminina, masturbação, nascimento e orgasmo. Um tema recorrente em toda a peça é a vagina, como uma ferramenta de capacitação feminina e a personificação máxima da individualidade. Encontra-se em cena no Teatro Politeama, em Lisboa, e o elenco, neste momento, conta com Teresa Guilherme, Sofia de Portugal e Marta Andrino.


Três mulheres em fila vestidas com um casaco azul, um casaco rosa e um casaco verde.
São sempre três mulheres que representam as três personagens da peça “Monólogos da Vagina”. Imagem de Monstera, Pexels está licenciado por Pexels License.

A peça estará em cena, pelo menos, até dia 2 de Fevereiro de 2022, e os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira online BOL.PT, com valores entre os 15 e os 25 euros.

Quais os temas abordados?

Logo no início da peça é mostrado um pouco do documentário da HBO, com os testemunhos de algumas mulheres americanas, com idades entre os 65 e 75 anos de idade, sobre as suas vaginas e diversas perguntas sobre as mesmas, em que todas elas têm a oportunidade de partilhar as suas experiências.

Todos os anos, um novo monólogo é adicionado para destacar uma questão atual que afeta as mulheres em todo o mundo. Assim em 2003, por exemplo, Ensler, a autora, escreveu um novo monólogo chamado Under the Burqa, sobre o sofrimento das mulheres no Afeganistão sob o domínio dos talibãs. Já em 2004, Ensler escreveu um monólogo chamado They Beat the Girl Out of My Boy, após entrevistar um grupo de mulheres cuja identidade de género diferia de seu género atribuído à nascença. Histórias divertidas, cruas e reais que desvendam um pouco mais do desconcertante universo feminino.

Um prato de madeira com dois tampões e um penso diário.
A menstruação é um dos temas abordados ao longo da peça, nomeadamente quais as diferentes possibilidades de produtos para a menstruação que as mulheres escolhem usar. Imagem de Karolina Grabowska, Pexels está licenciado por Pexels License.

Ao longo da peça, para além dos vários monólogos apresentados, há uma pequena conversa de Teresa Guilherme com o público, em que faz algumas questões como: ” Qual a voz da sua vagina?” ou “A que cheira a sua vagina?”. A conversa passa, ainda, por contar algumas das respostas de outras pessoas que já foram ver a peça e fala-se, também, de brinquedos sexuais como algo cada vez mais utilizado. A apresentadora faz, ainda, um apelo à não utilização de alguns objetos de higiene feminina e à importância da ida ao ginecologista.

Um par cuecas com um ramo de flores por dentro.
Algumas das respostas do público à pergunta “a que cheira a tua vagina?” deixam toda a plateia num coro de risos. Desde cheiro a morango até aroma de guisado, não há nada que a imaginação do público deixe de fora. Imagem de Cliff Booth, Pexels está licenciado por Pexels License.

Porquê ir?

Variados tipos de brinquedos sexuais femininos em diferentes tonalidades de rosa.
Hoje em dia existe uma enorme variedade de brinquedos sexuais para todos os gostos e vontades. Durante a peça alguns destes brinquedos são discutidos, avaliados e mesmo descobertos pela primeira vez por alguns membros da audiência. Imagem de Anna Shvets, Pexels está licenciado por Pexels License

Este espetáculo continua a ser algo muito atual, pois a verdade é que são abordados temas que ainda são considerados tabu na nossa sociedade e em tantas outras, como as relações sexuais, as violações, os partos, entre outros. São mencionados temas femininos que deviam ser tratados com mais relevância e que fossem acessíveis a todas as mulheres, pois ainda temos jovens, por exemplo, sem qualquer tipo de informação, seja acerca de doenças sexuais, seja sobre cuidados básicos de higiene feminina.

Assim, após a visualização da peça, o conselho que é deixado é que vão de espírito aberto e dispostos a ouvir um pouco mais sobre a realidade de outras mulheres. É preciso acabar com os preconceitos e valorizar mais a individualidade de cada mulher.


Conteúdo produzido por Carolina Lorena, Catarina Coelho, Inês Nogueira, Joana Bon de Sousa e Sofia Seruya, no âmbito da disciplina Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.