Regenerar: Tema do Greenfest 2021

Greenfest, o maior evento de sustentabilidade do país, está de volta. Agora num formato 100% online – que não renuncia os workshops a que fomos habituados – vamos ouvir falar de Regeneração.


Slogan Greenfest2021 Tema Regenerar
O Greenfest é um festival de origem nacional, criado em 2008, que tem como objetivo promover o debate em torno da sustentabilidade. Imagem do arquivo © Greenfest.

A 13ª edição do maior festival verde de Portugal irá decorrer, numa primeira fase, nos dias 28 a 30 de maio em Braga e, numa segunda, entre 10 e 12 de setembro em Carcavelos. Os bilhetes para o evento digital podem ser encontrados no website da Greenfest a um custo de 5 euros por pessoa.

Este ano vai ser debatido o tema da Regeneração e, em particular, o seu impacto num mundo pandémico no âmbito da ecologia, economia e sociedade

Pedro Norton de Matos, economista e fundador do GreenFest e Bluefest, esclarece a transversalidade do tema: “Nós resolvemos este ano trazer o tema do Regenerar para chamar à atenção para a política de sustentabilidade dos R´s. O R de responsabilidade, de reutilização e de reciclagem”. Acrescenta,“O Regenerar, tal como procuramos dizer na nossa mensagem prende-se com o facto da natureza ser por sua definição regenerativa; ‘Na natureza nada se perde, tudo se transforma‘, já dizia Lavoisier”.

Programa da 13ª edição do Greenfest, cujo tema é a Regeneração.
Durante os 3 dias do festival, serão abordados um conjunto vasto de temas. Este cartaz corresponde ao plano principal, no entanto, outras sessões irão decorrer em simultâneo através da plataforma digital do Greenfest. Imagem do arquivo © Greenfest.

Alguns dos oradores que vão participar na próxima edição são Jorge Moreira da Silva, diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE; Pedro Castro e Almeida, CEO da Santander Portugal; Isabel Pedroso Silva, nutricionista e criadora do posdcast “O Podcast da Isabel – Isto Não É Só Nutrição; Susana Machado, autora de livros infantis e André Maciel, fundador das @hortaslx.

Com 13 anos de existência, o Greenfest soma já mais de 150 000 participantes, 1 000 atividades, 12 edições e 1 500 parceiros. Neste processo de sensibilização para a importância da sustentabilidade, o festival contou com a colaboração das Câmaras Municipais de Cascais e Braga, ambas fortemente comprometidas com a causa ambiental.

Um cenário 100% digital

Para se distinguir da restante oferta de seminários online, nesta 13ª edição, o Greenfest adotou uma plataforma própria, o Hopin, que vai permitir percorrer diversas salas com conteúdos dirigidos a diferentes públicos-alvo – escolas, universidades, empresas, associações, start-ups entre outros. 

Confrontado com uma pergunta sobre a capacidade de envolvência da nova plataforma, Pedro Norton de Matos indica: “Vamos tentar reproduzir aquilo que fazíamos na vida real. Não é exatamente o mesmo, falta a presença física, a empatia, mas é o modelo do futuro.

Conjunto de pessoas a meditar deitadas no chão no contexto de um workshop
Apesar do novo modelo exclusivamente digital, não irão deixar de existir as habituais aulas práticas, showcookings, workshops, conferências e tertúlias. Algumas das atividades a destacar na presente edição são os workshops de compostagem doméstica, de costura de pensos menstruais reutilizáveis e de produtos de higiene caseiros. Imagem do arquivo © Greenfest

Uma economia circular, mais sustentável

O estado atual do planeta pode explicar-se pela sociedade do consumo e as práticas pouco adequadas do modelo industrial. No período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação geral com o crescimento económico, e não com um crescimento sustentável e, hoje, lidamos com as consequências do desperdício e a degradação dos recursos.

De acordo com o fundador do Greenfest, estas práticas foram normalizadas durante muitos anos e é comum usar-se a expressão “Deitar o lixo fora”. No entanto, o que queremos realmente dizer com isto?

Não há lado de fora do planeta“, alerta Pedro Norton de Matos. “Nós quando dizemos ‘deitar lixo fora’, nós estamos a dizer deitar lixo dentro. Agora onde? No mar? Na terra? Na atmosfera?” É um boomerang e essa economia (…) deve ser contrariada”, afirma.

A solução mais plausível – que se encontra na génese do festival – é a adoção de uma economia circular em que “o o que é subproduto (output de uma indústria) pode ser input (matéria prima de outra) e assim sucessivamente”.

Seja um consumidor consciente. O planeta tem vindo a mostrar sinais de falência e apenas podemos contrariar esta situação através das nossas ações. Opte pela economia circular.


Direitos de autor da foto de capa: Imagem do arquivo © Greenfest.

Conteúdo produzido por Margarida Fragata, Maria Inês Rodrigues, Joana Bettencourt, Margarida Borrego e Sofia Madeira no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.