Greenfest, o maior evento de sustentabilidade do país, está de volta. Agora num formato 100% online – que não renuncia os workshops a que fomos habituados – vamos ouvir falar de Regeneração.
A 13ª edição do maior festival verde de Portugal irá decorrer, numa primeira fase, nos dias 28 a 30 de maio em Braga e, numa segunda, entre 10 e 12 de setembro em Carcavelos. Os bilhetes para o evento digital podem ser encontrados no website da Greenfest a um custo de 5 euros por pessoa.
Este ano vai ser debatido o tema da Regeneração e, em particular, o seu impacto num mundo pandémico no âmbito da ecologia, economia e sociedade.
Pedro Norton de Matos, economista e fundador do GreenFest e Bluefest, esclarece a transversalidade do tema: “Nós resolvemos este ano trazer o tema do Regenerar para chamar à atenção para a política de sustentabilidade dos R´s. O R de responsabilidade, de reutilização e de reciclagem”. Acrescenta,“O Regenerar, tal como procuramos dizer na nossa mensagem prende-se com o facto da natureza ser por sua definição regenerativa; ‘Na natureza nada se perde, tudo se transforma‘, já dizia Lavoisier”.
Alguns dos oradores que vão participar na próxima edição são Jorge Moreira da Silva, diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE; Pedro Castro e Almeida, CEO da Santander Portugal; Isabel Pedroso Silva, nutricionista e criadora do posdcast “O Podcast da Isabel – Isto Não É Só Nutrição”; Susana Machado, autora de livros infantis e André Maciel, fundador das @hortaslx.
Com 13 anos de existência, o Greenfest soma já mais de 150 000 participantes, 1 000 atividades, 12 edições e 1 500 parceiros. Neste processo de sensibilização para a importância da sustentabilidade, o festival contou com a colaboração das Câmaras Municipais de Cascais e Braga, ambas fortemente comprometidas com a causa ambiental.
Um cenário 100% digital
Para se distinguir da restante oferta de seminários online, nesta 13ª edição, o Greenfest adotou uma plataforma própria, o Hopin, que vai permitir percorrer diversas salas com conteúdos dirigidos a diferentes públicos-alvo – escolas, universidades, empresas, associações, start-ups entre outros.
Confrontado com uma pergunta sobre a capacidade de envolvência da nova plataforma, Pedro Norton de Matos indica: “Vamos tentar reproduzir aquilo que fazíamos na vida real. Não é exatamente o mesmo, falta a presença física, a empatia, mas é o modelo do futuro.”
Uma economia circular, mais sustentável
O estado atual do planeta pode explicar-se pela sociedade do consumo e as práticas pouco adequadas do modelo industrial. No período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação geral com o crescimento económico, e não com um crescimento sustentável e, hoje, lidamos com as consequências do desperdício e a degradação dos recursos.
De acordo com o fundador do Greenfest, estas práticas foram normalizadas durante muitos anos e é comum usar-se a expressão “Deitar o lixo fora”. No entanto, o que queremos realmente dizer com isto?
“Não há lado de fora do planeta“, alerta Pedro Norton de Matos. “Nós quando dizemos ‘deitar lixo fora’, nós estamos a dizer deitar lixo dentro. Agora onde? No mar? Na terra? Na atmosfera?” É um boomerang e essa economia (…) deve ser contrariada”, afirma.
A solução mais plausível – que se encontra na génese do festival – é a adoção de uma economia circular em que “o o que é subproduto (output de uma indústria) pode ser input (matéria prima de outra) e assim sucessivamente”.
Seja um consumidor consciente. O planeta tem vindo a mostrar sinais de falência e apenas podemos contrariar esta situação através das nossas ações. Opte pela economia circular.
Direitos de autor da foto de capa: Imagem do arquivo © Greenfest.
Conteúdo produzido por Margarida Fragata, Maria Inês Rodrigues, Joana Bettencourt, Margarida Borrego e Sofia Madeira no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.