Se cá nevasse, fazia-se cá Ski

O esqui alpino, ou “ski” como a maioria lhe chama, é uma modalidade desportiva que tem vindo, cada vez mais, a ganhar relevância em Portugal. Com vários atletas internacionais, dos quais se destacam Arthur Hanse, Catarina Carvalho, Kequyen Lam, Ricardo Brancal, Samuel Almeida e Vanina Guerillot, o país das 5 quinas tem chegado a vários pontos do mundo.


Atleta Arthur Hanse a descer a pista de esqui, na modalidade de Slalom Gigante (GS).
Atleta Arthur Hanse, nos Campeonatos do Mundo de 2017, em St. Mortitz. Prova de Slalom Gigante (GS).
(Foto cedida por Arthur Hanse)

Embora se estime que o esqui tenha surgido em Portugal por volta de 1918, a criação de uma federação oficial apenas ocorreu na última década do século XX. Até esse momento, foi o Ski Clube de Portugal(SCP), fundado em 1928, o principal responsável pela organização e dinamização de provas e outros eventos relacionados com a modalidade, em Portugal. Mais tarde, surgem o Clube Nacional de Montanhismo(CNM) e a Escola de Esqui da Serra da Estrela, os quais vieram permitir um aumento significativo do número de praticantes a nível nacional.

Foto a preto e branco, de esquiadores, antes duma prova, em 1920.
Prova de Esqui, em 1920, na Austrália.
(CC0 by Conrad Poirier)

Em 1952, Duarte Espírito Santo Silva consegue qualificar-se para os Jogos Olímpicos de Inverno, tendo sido, assim, o primeiro português a conseguir fazê-lo.Contudo, fê-lo por sua conta e risco. Ao contrário daquilo que acontece hoje-em-dia, Duarte inscreveu-se na prova, como participante individual, tendo pago, inclusivamente, todos os custos associados à sua estadia em Oslo, na Noruega.

No ano de 1992, com a Federação Portuguesa de Esqui já formada, através de uma escritura pública, Jorge Mendes, luso descendente residente em França, consegue o apuramento para o festival olímpico, porém, devido a uma lesão, não chegou a embarcar. Passados 14 anos, Portugal consegue ter, pela primeira vez, um atleta na modalidade de esqui de fundo, Danny Silva, o qual obteu o 94º lugar, de 99 participantes. Ainda que este não seja um resultado espetacular, repare-se que esta, como muitas outras, é uma modalidade para a qual o nosso país não oferece condições para treino.

Em 2008, com o intuito de englobar a tutela de todos os desportos de inverno, a Federação Portuguesa de Esqui passa a intitular-se de Federação de Desportos de Inverno de Portugal(FDI-Portugal). Quatro anos depois, Portugal consegue a sua primeira medalha internacional, alcançada pelo atleta Andrea Bugnone, residente em França, numa competição chamada Trofeu Borrufa.

Atleta português, após a prova no Festival Olímpico da Juventude Europeia, em 2016, a segurar a bandeira de Portugal.
Andrea Bugnone, atleta português, no Festival Olímpico da Juventude Europeia, em 2016.
(Foto cedida por Andrea Bugnone)

Mais recentemente, foi Catarina Carvalho quem contribuiu para mais um marco histórico do esqui alpino em Portugal, tendo sido a primeira atleta portuguesa a conseguir chegar à final dos Campeonatos do Mundo, em 2017, em St. Moritz.

Em fevereiro deste ano, foi Arthur Hanse e Kequyen Lam quem representou as cores do país nos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyengChang. Hanse participou nas disciplinas de Slalom (SL) e Slalom Gigantes (GS), tendo conseguido a 38ª e 66ª posição, respetivamente. E Lam, por sua vez, participou na modalidade de esqui de fundo, alcançando a 113ª posição.

Atleta português, após a prova de esqui de fundo, nos jogos olímpicos de inverno de 2018.
Kequyen Lam, atleta português, da modalidade de Esqui de Fundo, nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.
(Foto cedida pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal)

Ainda antes de terminar a época 2017-2018, a FDI- Portugal realizou a sua primeira prova FIS, em Serra Nevada (Espanha), na qual estiveram inscritos 108 atletas, de 8 nacionalidades distintas. Devido às especificidades técnicas que são exigidas para a realização de provas deste carácter, Portugal viu-se obrigado a utilizar uma estância do país vizinho, ao invés de a fazer em território nacional.

Membro da FDI-Portugal, durante a prova FIS em Serra Nevada.
Membro da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, durante a prova FIS, realizada na Serra Nevada, em 2018.
(Foto cedida pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal)

Por fim, quanto ao futuro da modalidade, segundo Pedro Farromba, presidente da FDI- Portugal, acredita-se que “o número de praticantes tenderá a aumentar” e que existirão, cada vez mais, “boas condições  para o desenvolvimento técnico de novos atletas”.


Conteúdo produzido por: Carolina Alves, Catarina Carvalho, Inês Zenida, Maria Eduarda Pita, Sofia Rufino, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.