Unna Wood: Raquetes de praia inovadoras

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Raquetes de praia para a vida toda. Acredita que é possível? Possivelmente não, mas o espírito empreendedor de dois jovens portugueses transformou esta ideia numa realidade. Inspirados pelos ares do Brasil, Tomás Abreu e Diogo Rutkowski decidiram iniciar esta aventura e criaram a Unna Wood. Na voz do Tomás, fomos conhecer mais deste projeto empreendedor, feito exclusivamente em território nacional, e revelamos alguns conselhos para quem queira criar uma startup.


Seis raquetes de praia expostas em padrão
Raquetes Unna Wood dispostas em padrão
Fotografia cedida por Tomás Abreu

A Unna Wood é uma marca de raquetes de praia de elevada durabilidade, que vem quebrar o conceito tradicional deste desporto. Criada em 2018, pelos dois jovens portugueses, a Unna Wood funciona através de vendas online. Para Tomás, confesso praticante deste desporto de praia, as raquetes de qualidade vinham todas do Brasil. Ao detetar esta lacuna, Tomás viu nesta falha uma oportunidade de negócio.

Para a criação desta marca, Tomás contou com o seu sócio e principalmente com a sua veia empreendedora. Depois dos contatos com os parceiros, registou a marca. O nome foi a última coisa a ser pensada. A madeira é sempre diferente, por isso cada raquete é única. Daí o nome, Unna Wood.

Para além deste projeto empreendedor, atualmente, Tomás coordena o JUMP, local onde os alunos da Universidade Nova podem criar as suas startups.

Duas raquetes de praia e uma bola preta pousadas no areal de um praia
Raquetes de praia Unna Wood – Modelo Freixo
Fotografia cedida por Tomás Abreu

Inovação aliada ao empreendedorismo 

Tomás Abreu aliou o empreendedorismo à inovação, saiu do campo da imaginação e partiu para a ação, criando um projeto moderno e viável. Aplicou conhecimentos, meios e recursos, da sua licenciatura em gestão, neste que seria um processo de aprendizagem contínuo. A busca da marca pela inovação tornou-se uma constante num mundo em permanente mudança de paradigmas e que preza a competitividade empresarial. Explorar e compreender o mercado foram as bases para entender os seus clientes e entregar-lhes o melhor produto possível.

Para além disto, ao optar pela UnnaWood, marca que valoriza o desenvolvimento sustentável, está a contribuir para o fim do uso excessivo do plástico, fator essencial nos dias que correm.

O fundador da UnnaWood, associa a personalidade da marca a um ou uma jovem dos 25 aos 35 anos que goste de um lifestyle saudável, da natureza e ainda de produtos de qualidade, humanizando-a. A construção desta personalidade pretende-se com o relacionamento que a própria marca quer traçar junto dos seus compradores.

“O target são pessoas que apreciem jogar raquetes, que gostem de produtos de qualidade. Tudo isto une pessoas que tenham algum poder de compra e que gostem de raquetes.”

Tomás Abreu, fundador da UnnaWood, considera-se um empreendedor e a prova disso são as famosas raquetes de praia feitas à mão e a partir de uma madeira especial.

O projeto do jovem empreendedor nasce da enorme vontade de trazer algo diferente, uma novidade que possa acompanhar todos aqueles que anseiam por produtos únicos, mas ao mesmo tempo, contemporâneos. No fundo, é isto que define qualquer projeto empreendedor. Também a ciência e a tecnologia assumiram um papel fundamental, sendo os motores de arranque e dando corpo a este projeto.

Desafios, como ultrapassá-los?

Quando falamos em startups é inevitável: o risco e a incerteza são as palavras de ordem e a capacidade de visão e gestão as protagonistas.

Mas atenção, nem tudo são facilidades. Os projetos empreendedores enfrentam desafios como o elevado financiamento inicial, mesmo sem a certeza de que o projeto irá lucrar. O mesmo aconteceu com os fundadores da UnnaWood: “Primeiro desafio foi por onde começar. Como e que se sabe onde começar?” Por outro lado, perder a motivação não foi sequer uma opção para os empreendedores pois estes focaram-se na sua paixão, criar raquetes distintas das já existentes no mercado. O maior desafio encontrado retrata a gestão de encomendas online, a comunicação entre sócios e toda a organização da plataforma.

A UnnaWood assinala o início de um novo conceito em que as raquetes, feitas à mão, ganham elegância e requinte. O convívio entre amigos e as tardes bem passadas continuam, apenas uma coisa mudou: está na companhia da UnnaWood

Duas raquetes de praia e uma bola preta na areia
Raquetes de praia modelo Andiroba
Fotografia cedida por Tomás Abreu

Unna Wood, qual o futuro?

O futuro que se avizinha é visto por Tomás Abreu de forma bastante risonha. Este ano, os objetivos passam por um crescimento na ordem dos 100%. Ou seja, duplicar as vendas de 2018 (160 pares de raquetes de praia da melhor qualidade distribuídos por todo o país), para os 320 pares. Tomás considera ainda que a presença em grandes eventos na área de vendas de produtos na região da Comporta – local com turismo em grande crescimento –, Estoril e Porto, são locais estratégicos para a expansão do negócio.

Existe também a ambição de ir para além de fronteiras. Num futuro mais longínquo, Tomás conta com a ajuda de lojas parceiras nos Estados Unidos e em Bruxelas, contactos estes que já foram previamente estabelecidos pelas lojas estrangeiras.

“O objetivo é focarmo-nos em Portugal, ainda há mercado para explorar e para crescer. Nos próximos anos, começar a ir para países mediterrânicos através do marketing digital e de contratos com algumas lojas parceiras – lojas essas que já nos contactaram da Bélgica e Estados Unidos.”

No entanto, não é o único plano para o futuro. Os sócios e fundadores da Unna Wood contam ter a oportunidade de poder lançar a marca para outras dimensões como a roupa ou a produção de madeira de elevada qualidade no mercado dos skates.

Conselhos de um empreendedor para outro que queira criar o seu negócio:

Tomás acredita que, na criação de um negócio, devemos começar por:

  1. Perceber qual é o problema e não em arranjar uma solução sem previamente termos um problema – as ideias de sucesso passam sempre pela identificação de um problema e apenas após esse processo, encontrar uma solução eficaz para este problema.
  2. Fazer um levantamento do problema com recurso a perguntas a qualquer pessoa – esta pode revelar-se das estratégias mais eficazes na identificação deste.
  3. Avaliar se a nossa solução resolve todos os problemas que anteriormente foram criados. Quantos mais problemas esta solução resolver, melhor será a solução encontrada. É fundamental que esta seja solução não crie novos problemas ao produto já existente.
  4. Uma vez realizado este levantamento, é necessário elaborar um estudo de mercado que seja coerente com as necessidades dos futuros consumidores. Ou seja, torna-se necessário perceber se a solução que se encontra satisfaz as necessidades do potencial cliente.

“Existe o mito criado de que é preciso muito dinheiro para iniciar uma empresa. A verdade é que é necessário algum dinheiro para o investimento inicial de stock ou para alguém que faça a gestão da contabilidade. No entanto, existem muitas possibilidades de investimento.”

Tomás, termina com um conselho que pode dar que falar:

“Muitas pessoas podem ter medo do teu sucesso”.  


Conteúdo produzido por: Carolina Esteves, Faride Assad, Joana Almeida, Miguel Carrapatoso e Miguel Vieira, no âmbito da UC de Comunicação Digital da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.