“A morte do Príncipe” no Teatro da Trindade

Com interpretação de José Condessa e Lídia Muñoz e dramaturgia de Ricardo Boléo, a peça “A morte do Príncipe” reúne textos de Pessoa, Müller e Shakespeare. Em cena até 20 de novembro no Teatro da Trindade, em Lisboa.


Lídia Muñoz e José Condessa interpretando Ofélia e Hamlet, numa cena intimista reflete acerca do amor, da sexualidade e da morte.
Lídia Muñoz e José Condessa dão corpo a Ofélia e Hamlet, numa peça que reflete acerca do amor, da sexualidade e da morte (Fotografia de Tomás Monteiro, cedida por Ricardo Boléo).

“A morte do Príncipe” , peça escrita por Ricardo Boléo, inspira-se em textos de Pessoa, Shakespeare e Müller, com o intuito de proporcionar uma reflexão acerca da condição humana. A Máquina-Hamlet de Müller é o texto principal da peça, na qual Hamlet e Ofélia, interpretados por José Condessa e Lídia Muñoz, surgem como guerreiros furiosos.

A peça, para maiores de 16 anos, estreou a 27 de outubro e estará em cena na Sala Estúdio do Teatro da Trindade até 20 de novembro. O cenário simples e simbólico, bem como o olhar penetrante dos atores sobre o espetador, captam a sua atenção. Além do mais, os movimentos cénicos desenham-se de forma lenta, contrastando com o ritmo agitado do nosso quotidiano, o que torna a peça mais intensa.

Quanto à reação do público, o ator José Condessa considera que, no geral, os espetadores se sentem “um pouco incapazes de compreender o texto na sua totalidade”, o que se deve, nas palavras do encenador Ricardo Boléo, ao facto de as pessoas “andarem tão rápido nas suas vidas que quando se deparam com uma coisa com profundidade têm de desacelerar”. José Condessa não considera esta situação negativa, pois “não se pode pedir a um espetador que venha ver uma peça já tendo lido o texto. O que se pode pedir é que esteja presente e sinta alguma coisa”.

Tendo em conta os seus objetivos de exploração da identidade humana, pode assim dizer-se que “A morte do Príncipe” cumpre perfeitamente o mais nobre propósito do teatro: confrontar o homem consigo mesmo, fazendo-o pensar na necessidade de regressar aos afetos, na sexualidade, no amor e na morte.

  • Localização: Teatro da Trindade – Rua Nova da Trindade 9, 1200-301 Lisboa
  • Horário da peça: 4ª a sábado às 21H25 e domingo às 17h
  • Duração da peça: 60 minutos
  • Horário da bilheteira: 3ª a sábado das 14H00 às 20H00 e domingo das 14H00 às 18H00 (nos dias de espectáculo até 30 min após o início) ou bilheteira online 
  • Transportes públicos: Metro Estação Baixa-Chiado, autocarro 758 e eléctrico 28E
  • Preço inteiro: 10€ (com desconto de 10% para estudantes)

Conteúdo produzido por Ana Inês, Angelo De Francesco, Catarina Hermenegildo e Diogo Franco, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital, da licenciatura de Línguas Estrangeiras Aplicadas.