Lisboa: uma capital cada vez mais verde

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Lisboa está a tornar-se cada vez mais verde. Iniciativas como a promoção do uso de bicicletas ou o aumento de espaços verdes têm contribuído para que a cidade seja mais amiga do ambiente. Em 2020, Lisboa será a Capital Verde Europeia.


Lisboa tem 90Km de ciclovias.
As ciclovias permitem o uso de bicicletas, trotinetes e outras alternativas de transporte na cidade. (Créditos: “Ciclovía Pocuro” by Lycaon.cl está licenciado por CC BY-SA 3.0)

O crescimento ecológico da cidade tem sido potenciado pelo Estado e por empresas privadas. Existem inúmeros projetos que convidam as pessoas a tornarem-se mais ecológicas, em vários aspetos da vida.  Da mobilidade e transportes à reciclagem, aqui estão algumas dessas iniciativas:

  • Parques hortícolas municipais: Com o objetivo de difundir um estilo de vida saudável, com contacto com a natureza e o ar livre, dão a oportunidade a todas as pessoas de passarem bons momentos, construir uma horta com materiais fornecidos pelo parque e ainda de fazer exercício físico com equipamentos do local.
  • Bicicletas GIRA: são bicicletas à disposição de qualquer um, tanto clássicas como elétricas, espalhadas por várias localizações na cidade. O processo é muito simples: instalar a app, escolher o tipo de passe (diário, mensal ou anual), utilizar a bicicleta e depois voltar a deixá-la numa estação GIRA. É ecológico, simples e também, sem trânsito!
  • Trotinetes Lime: Este meio de transporte tem o mesmo objetivo das bicicletas, baixar as emissões de CO2, e o funcionamento também é similar. Descarregar a app, desbloquear uma trotinete através de um código QR (15 cêntimos por segundo), utilizá-la e deixá-la depois num dos pontos da Lime. São 90 pontos com 200 a 400 trotinetes por toda a cidade. Até agora, já foram mais de 11,5 milhões de viagens em apenas 14 meses.
  • eCooltra: Scooters com 0% emissões de CO2, utilizada por qualquer pessoa, desde que tenha a app para fazer o pagamento (que também é a chave da scooter). Só se paga os minutos utilizados e a scooter já vem com tudo incluído. Mais uma alternativa aos outros meios de transporte e um método de ser mais ecológico na cidade.
  • DriveNow: Veículos (BMW e Mini) disponíveis 24h por dia.Um conceito de carsharing, sem necessidade de reserva antecipada. Vem com tudo incluído (estacionamento, combustível e seguro) e paga-se 29 cêntimos por minuto. Isto tudo através da app que lhe dá acesso ao carro mais perto da sua localização. Só tem de encontrá-lo e usufruir. No final, pode estacionar em qualquer lugar.
É um serviço da Emel e tem uma aplicação que contém tudo para usufruir do serviço.
GIRA é o serviço de bicicletas partilhadas, elétricas ou clássicas, em Lisboa, que podem ser usadas 24h por dia. (Créditos: Todos os Direitos Reservados, Leonor Carvalho)
A opinião dos utilizadores

Carolina Melo, de 25 anos, disse ao DigitalHub que já experimentou a eCooltra e a Lime. “Adoro o conceito da eCooltra, muito positivo para o ambiente, mas acho que ainda é um pouco caro. A Lime que estreou este mês tem essa vantagem, que é mais barata.” O preço é um fator importante no que toca à escolha entre serviços, mas algo a ter em conta é também a facilidade de utilização. “A trotinete é muito boa, rápida na maior parte das subidas e é a minha opção preferida. Às vezes é muito rápida para o passeio onde estão as pessoas, mas também me parece perigoso utilizar na estrada, o que só deixa as ciclovias, que utilizo onde as há.”

O serviço custa apenas 26 cêntimos por minuto, mas existem packs promocionais. Uma alternativa de deslocação mais ecológica.
eCooltra, o serviço de motas elétricas partilhadas em Lisboa. (Créditos: Todos os Direitos Reservados, Leonor Carvalho)

Para Francesco Bernardo, de 24 anos, as scooters elétricas partilhadas da eCooltra “são de fácil acesso, mais baratas que andar de táxi” e oferecem a vantagem de estacionar em qualquer lugar. Porém, a sua distribuição desigual pela cidade ou até questões de higiene podem desincentivar à sua utilização. “Tenho pena que as zonas onde se pode utilizar estes serviços ainda sejam um pouco limitadas. Por exemplo, as scooters podem ser deixadas em Belém, mas não no Restelo, que é ao lado. E admito que penso muito no factor higiénico de partilhar capacete.”, afirma.

Diogo Batista, de 23 anos, opta pelos carros DriveNow. Apesar de este serviço ainda ter alguns carros a gasolina, acredita que quando todos forem substituídos por carros elétricos, as pessoas utilizarão mais o serviço. “No fundo, acaba por facilitar tudo, principalmente nos seguros. As pessoas poupam dinheiro e poupam o ambiente”, refere.

Sem necessidade de reserva antecipada, paga-se 29 cêntimos por minuto, sem taxas de estacionamento, combustível ou seguro.
DriveNow é o serviço de carsharing da BMW que tem 211 carros espalhados por Lisboa. (Créditos: Todos os Direitos Reservados, Leonor Carvalho)
O que o futuro reserva

Até 2020, Lisboa pretende ficar ainda mais verde. De acordo com o Diário de Notícias, a autarquia pretende banir os copos de plástico de todos os estabelecimentos comerciais até ao ano em que será Capital Verde Europeia. Outra medida é ter autocarros movidos a energia solar e a gás natural, tal como disponibilizar mais postos para carregamento de veículos movidos a energia solar.

Quanto às mudanças que vão chegar à casa dos portugueses, a autarquia pretende fazer a distribuição de blocos de compostagem doméstica e premiar os cidadãos que passem a reciclar, compensando-os fiscalmente com a diminuição de certas taxas.

Relativamente a uma capital visivelmente mais verde, a autarquia pretende aumentar em 200 hectares os espaços verdes, em adição aos 200 já existentes. Todos estes espaços vão contar com sistema de rega que utilize água reutilizada e as ruas de Lisboa passarão a ser lavadas também com esta água.

Convívio ao ar livre num jardim em Lisboa
Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian (Créditos: “Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian 09” by João Pimentel Ferreira is licensed under CC BY-SA 3.0)

Para além de tudo isto, a Câmara Municipal de Lisboa revela que ambiciona ter uma frota de metro movida a energia solar e vai surgir também uma nova marca de trotinetes elétricas movidas a energia sustentável, por uma nova empresa portuguesa: a iomo. De acordo com o Dinheiro Vivo, a iomo funcionará de maneira bastante semelhante às trotinetes da Lime, que já circulam em Lisboa.  A marca portuguesa vai ter uma app para smartphones, onde vão aparecer as localizações de todos os sítios onde é possível “estacionar” estes veículos, o utilizador vai apenas gastar em média 0,15 cêntimos por minuto e as trotinetes vão atingir uma velocidade máxima de 20km/h.


Conteúdo produzido por: Carolina Correia, Catarina Amado, Leonor Carvalho e Leonor Castro, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital da Licenciatura em Comunicação Social e Cultural