O empreendedorismo desenvolve-se num mundo rodeado de inovações e novidades e o momento presente é consequentemente o resultado de um conjunto de situações, pelo que todos os que estão ligados a este mundo empresarial terão que necessariamente se reinventar e readaptar às novas realidades de regulações do mercado, por isso podemos afirmar “que o empreendedorismo é um setor dinâmico e imprevisível”.
Basta haver uma alteração mundial, nacional ou outras que obrigará de imediato um conjunto de sistemas a sofrer alterações e a adaptar-se, ajustar-se ou a reinventar-se. Exemplos recentes destes factos foram as circunstâncias provocadas pela pandemia Covid 19, que provocaram muitas alterações na sociedade e nos mercados fortemente marcados por novos paradigmas.
Os profissionais precisam estar informados, atentos, saber observar, refletir, analisar e avaliar situações. Saber o que está a acontecer no mundo, principalmente no ramo dos negócios. Devem estar atentos às tendências do mercado, perceber como mudou e porque muda. Quais poderão ser as tendências mais fortes para 2023? As que mais se destacam provavelmente estão relacionadas com contextos tecnológicos e com a consciência ambiental, clubes, delivery e infoprodutos, que oportunidades podem surgir ao nível do empreendedorismo?
Relativamente à Revolução digital e tecnológica como é do conhecimento geral, surgiram novos hábitos que foram adotados nos últimos dois anos, e que serão permanentes no nosso dia-a-dia e que influenciam diretamente a rotina dos empresários e dos empreendedores, alterando drasticamente as dinâmicas de trabalho pelo mundo fora.
O futuro vai ser cada vez mais digital, cada vez mais ligado à distância que se encurta, mais conectado, vivemos uma era muito rápida nos campos da Inteligência Artificial, Internet, realidade Virtual, 5G, Blockchain, Cloud Computing. Segundo o relatório da WGSN, teremos aproximadamente 29 bilhões de dispositivos conectados nos próximos anos, além de 75% da população mundial com acesso à Internet.
Estes dados permitem-nos perceber o enorme impacto que a informação irá causar nas decisões estratégicas, e nas formas de reinventar novos modelos de negócios, tendo em conta que as tecnologias consideradas emergentes, sustentam outras novas conceções a respeito da relação entre on e off. Um mundo altamente ligado, vai gerar o aumento do desejo por opções híbridas (trabalhar uma parte em casa e outra na empresa) e experiências “phygitais”.
O trabalho híbrido é considerado como o principal a ser aplicado no futuro. Parece ser do agrado dos trabalhadores exercer a sua função com uma componente, ou uma carga horária em casa e outra na empresa. Segundo um estudo da Gallup, aproximadamente 53% dos colaboradores preferem uma cultura híbrida, enquanto 24% espera trabalhar de forma totalmente remota. Estes dados são indicadores de que a maioria dos trabalhadores preferem ter mais autonomia e flexibilidade no emprego, para poderem provavelmente gerir melhor a sua vida e desfrutar de mais momentos de lazer e até de uma vida considerada mais confortável/saudável.
Pode-se afirmar que de acordo com as ferramentas que suportam o trabalho assíncrono, (que não apresenta uma sincronia) bem como a criação de políticas híbridas e tecnológicas capazes de automatizar processos, estão entre as principais pautas que requerem atenção para o ano de 2023. É preciso entender que as soluções se conectam entre si, sendo que as áreas e os processos acabam integrando-se de uma forma mais eficiente, impulsionando toda a operação.
Voltando a atenção para o cliente, “o cliente é a alma do seu negócio”, é um lema que todos os bons empresários e empreendedores conhecem e não podem descurar, a tarefa constante de qualquer tipo de empresa é encantá-lo, é persuadi-lo, é necessário planear a receção do cliente e oferecer-lhe uma experiência cada vez mais rica, para que o mesmo tenha perceção de valor sobre a marca cada vez maior. Durante todo o processo que envolve o interesse, conhecimento, a compra o serviço pós-venda do bem/serviço.
O comércio de vendas realizadas através da internet,o e-commerce, são feitos via dispositivo e plataformas eletrónicas, através de telemóveis, computadores, notebooks e tablets. Envolve todos os negócios, transações financeiras, etc., por isso a criação de um site, deve ser bem pensado, deve ser destacado, o empreendedor deve prezar pela sua estrutura de funcionamento, totalmente voltada para o meio digital integrando os dois processos básicos: o sistema de venda e o atendimento ao cliente. Este trabalho envolve várias áreas como controle de Finanças, Stock e Marketing.
A utilização da internet como canal de vendas e relacionamento com os seus clientes pode ser considerada uma estratégia bem lucrativa. Inclusive esta modalidade é bastante utilizada pelo comércio mundial e tende a crescer em Portugal.
Os empreendedores devem ir de encontro aos valores, ao estilo de vida dos potenciais clientes e tentar perceber como é que a sua marca se encaixa na vida dos seus consumidores, porque muitos dos clientes de hoje, procuram empresas com valores parecidos com os seus. A ESG-em português “Governação Ambiental, Social e Corporativa” representa a avaliação da consciência coletiva que uma empresa tem, em relação aos fatores sociais e ambientais, tema que hoje está muito em alta.
O que no passado não tinha valor e era descartado passou a ter novas tendências, são infinitas e podem fazer parte de diferentes campos como reutilização e upcycling que preocupam o mercado e inspiram vários outros negócios, como é o caso das sobras que possuem um enorme potencial. Hoje as possibilidades são imensas, materiais e resíduos podem ser comercializados ou até mesmo trocados por empresas parceiras, doados, reaproveitados em novos processos produtivos, convertidos em bioenergia. No caso da moda upcycling, a ideia é reaproveitar materiais já existentes como tecidos, estofados, roupas e outros para transformar em roupas novas, geralmente feitos à mão.
Quanto aos Infoprodutos é possível constatar que estão sempre a surgir produtos digitais que apresentam várias vantagens, qualquer pessoa pode apresentar um negócio, a variedade enorme de negócio ao dispor de infoprodutos que significa “criar produtos digitais”, para todos os interesses. Encontram-se várias opções: cursos onlines, e-books, infográficos, audiobooks, entre vários outros materiais de consumo em formato eletrónico.
O que têm em comum estes produtos? Ambos procuram focar-se na difusão do conhecimento. Quando alguém se torna num infoprodutor, poderá iniciar um empreendimento escalável. Ao criar um produto uma única vez, poderá ter um potencial praticamente ilimitado de vendas. Outra das vantagens é que o custo envolvido nesse tipo de produção é menor do que com as versões físicas dos mesmos produtos noutro ponto de venda.
Os empreendedores têm infinitas estratégias que podem utilizar para estabelecerem relações com o público em geral e para consolidar os seus negócios e obterem sucesso indo de encontro às necessidades dos seus clientes, pontos de interesse e estilo de vida.
Para fazer face aos desafios complexos que vão desde a sustentabilidade à transformação digital, alguns Institutos Politécnicos Portugueses desenvolvem projetos e juntam-se formando Equipas multidisciplinares, fazendo a ponte entre empresas e a universidade e que têm como objetivo comum encontrar soluções para o momento presente e para o futuro.
A vontade de incutir a inovação pedagógica junto dos alunos, aproximar a comunidade e as empresas dos institutos do ensino superior tem sido uma realidade que apresenta enormes desafios. O Instituto politécnico de Leiria lidera o consórcio que dinamiza o programa: “Link me up-1000 ideias” Equipas de estudantes da Universidades desenvolverem desafios, e uma das equipas de estudantes do politécnico de Leiria criou o projeto “Creating Smart walls”, foi um dos vencedores da primeira edição que contou com a participação de 128 empresas.
Os fundos comunitários tem sido também a chave fundamental e ajudam a criar estas empresas inovadoras, para incutir maior grau de motivação nos jovens empreendedores. Também há programas dinamizados pelo IAPM que incentivam e destacam algumas das empresas que apresentam novas ideias.
Apoio de programas de capacitação de empreendedorismo, traz novas ideias, ideias disruptivas, principalmente no âmbito autonomia energética tem sido fundamental para o nosso país, para o setor empresarial tendo em vista o reforço da competitividade da economia nacional.
Para compreender melhor o tema sugiro a visualização da reportagem presente no seguinte link
Conteúdo produzido por Duarte Faísca, no âmbito da disciplina de Comunicação Digital, da licenciatura em Comunicação Social e Cultural.